ATA DA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-02-2009.

 


Aos onze dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Paulinho Ruben Berta, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador Mauro Zacher, o Projeto de Lei do Legislativo nº 009/09 (Processo nº 0586/09). A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de Processos: de autoria do Vereador Aldacir José Oliboni, com referência ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 017/08 e aos Projetos de Lei do Legislativo nos 084/06, 278/07, 033, 089, 231, 255, 261 e 279/08 (Processos nos 4981/08, 2131/06, 8254/07, 1275, 2531, 5688, 6254, 6482 e 6492/08, respectivamente); de autoria do Vereador Ervino Besson, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 163 e 166/08 (Processos nos 3956 e 3993/08, respectivamente); de autoria do Vereador Haroldo de Souza, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 189/05 (Processo nº 4074/05); de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, com referência ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/08 (Processo nº 1854/08). Também, foi apregoado o Memorando nº 018/09, de autoria do Vereador Waldir Canal, informando sua impossibilidade de comparecer na presente Sessão Ordinária. Na ocasião, foram apregoados os seguintes documentos: o Memorando nº 004/09, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Marcello Chiodo, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, em reunião do Senhor Prefeito Municipal com representantes da Associação Gaúcha Autônoma de Vendedores Profissionais Transitórios – AGAVPT –, a ser realizado hoje, às quinze horas, em Porto Alegre, e o Ofício nº 001/09, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no acompanhamento dos trabalhos do Conselho Nacional de Educação, em atividades referentes às “Escolas Tecnológicas”, do dia dez ao dia doze de fevereiro do corrente, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 488/09, da Senhora Noara Bernardy Lisboa, Promotora de Justiça Substituta da 9ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude; 10018906 e 10020949, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovada a Ata da Sessão de Instalação da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Quinta Legislatura. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Paulo Marques, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Também, foi apregoado o Ofício nº 001/09, de autoria do Vereador Beto Moesch, solicitando a substituição do uso de copos de plástico por recipientes de vidro, cerâmica e porcelana nas atividades parlamentares realizadas por este Legislativo. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na oportunidade, o Vereador Airto Ferronato formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação dos Projetos constantes na Ordem do Dia, tendo se manifestado a respeito o Vereador Haroldo de Souza e a Vereadora Maria Celeste. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 122/07, as Emendas nos 01 e 02 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 apostas ao Projeto, tendo sido discutidos pelos Vereadores Dr. Raul e Dr. Thiago Duarte e encaminhados à votação pela Vereadora Fernanda Melchionna. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 122/07, o Vereador Pedro Ruas cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Dr. Raul. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário do Vereador Elias Vidal, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 303/07, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Pedro Ruas, Ervino Besson, Reginaldo Pujol, Luiz Braz e João Antonio Dib. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 303/07, o Vereador Adeli Sell afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 055/08, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Dr. Raul, Aldacir José Oliboni e Dr. Thiago Duarte. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 069/08, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 077/08. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 105/08, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Maria Celeste. A seguir, foram aprovados Requerimentos de autoria do Vereador Mauro Zacher, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão dos Projetos de Lei do Legislativo nos 144 e 158/08. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 161 e 214/08. Em Votação, foi rejeitado o Requerimento nº 016/09, por sete votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Fernanda Melchionna, Luiz Braz, João Antonio Dib, Maria Celeste, Juliana Brizola, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato, Haroldo de Souza e Pedro Ruas, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Pedro Ruas e Não os Vereadores Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Na oportunidade, em face de questionamento da Vereadora Fernanda Melchionna, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da viabilidade de apresentação de audiovisual durante os trabalhos das Sessões Plenárias deste Legislativo. Após, o Vereador Valter Nagelstein formulou Requerimento verbal, solicitando o encaminhamento ao Comando-Geral da Brigada Militar de cópias dos pronunciamentos dos Senhores Vereadores no encaminhamento à votação do Requerimento nº 016/09, tendo o Senhor Presidente determinado que o Requerimento do Vereador Valter Nagelstein fosse formalizado por escrito. A seguir, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 021 e 020/08, este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Maria Celeste, Carlos Todeschini, Mauro Pinheiro e Alceu Brasinha; o Projeto de Lei do Legislativo nº 252/08, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Executivo nº 054/08, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Tarciso Flecha Negra. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Elias Vidal, Luiz Braz, João Antonio Dib, Alceu Brasinha, Maria Celeste e Pedro Ruas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Carlos Todeschini. Às dezessete horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e João Carlos Nedel. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Sebastião Melo solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Paulo Marques, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana.

 

O SR. BETO MOESCH (Requerimento): Presidente, até para ajudar na organização, já que vamos entrar agora na discussão, estou encaminhando Requerimento, pois algo tem chamado a atenção dos Vereadores e de quem nos visita, que é o uso de copos de plástico nas reuniões das Comissões. Solicito que, ao menos gradativamente, eles sejam substituídos por copos de vidro, cerâmica, etc. Estou-lhe entregando, já que estávamos nos expedientes.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Darei o devido encaminhamento. Havendo quórum passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Requerimento): Sr. Presidente; Sras e Srs. Vereadores, eu estava aqui fazendo uma avaliação de todos os Projetos que hoje estão na Ordem do Dia para votação. Eu acredito e aqui quero registrar a importância e a relevância de todos.

Estou fazendo um Requerimento para que votemos os dois primeiros Projetos do expediente de hoje, PLL nº 122/07 e PLL nº 303/07. Requeiro também o adiamento da discussão para a próxima semana dos seguintes Projetos: PLL nº 055/08, PLL nº 069/08, PLL nº 077/07, PLL nº 105/08, PLL nº 144/08, PLL, 158/08, PLL nº 161/08, PLL 214/08, Requerimento nº 016/09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Somente se houver acordo com os Líderes.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, por que nós fazemos esse trabalho? Por que a Casa tem esse trabalho, e quando chega aqui, é para se alterar? Então não adianta fazer um trabalho antecipadamente, e não adianta mais fazer reuniões para se acertar antecipadamente.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, só para colaborar e informar ao Ver. Haroldo de Souza que nós não estabelecemos na reunião de segunda-feira a priorização da Ordem do Dia desta semana. Nós só estamos aqui adequando aqueles que já estão na relação da Ordem do Dia, no que procede o Requerimento do Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu vou fazer a discussão geral e votação do primeiro Projeto, se os Líderes se acertarem, depois, venham consultar a Mesa.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4194/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 122/07, de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, o Protocolo para a Promoção do Planejamento Familiar, determina a forma de sua efetivação e dá outras providências. Com Emendas nos 01 e 02. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto, das Emendas nos 01 e 02 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto, das Emendas nos 01 e 02 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto, das Emendas nos 01 e 02 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto, das Emendas nos 01 e 02 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 122/07. (Pausa.) O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLL nº 122/07.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos assistem; a matéria deste Projeto de minha autoria é muito relevante para a nossa sociedade, vem sendo trabalhada por uma série de organizações não-governamentais e também pelo Poder Público: é a questão do planejamento familiar na nossa cidade de Porto Alegre, também em nível Estadual e Federal. Existe toda uma mobilização no sentido de que as entidades se agrupem, sejam elas públicas, sejam elas privadas, no sentido de proporcionar às pessoas para que elas realmente possam ter aqueles filhos que queiram ter e não aqueles filhos que não queiram ter, ou seja, a sociedade se mobilizando no sentido de ter uma qualidade de vida melhor, em proporcionar medidas de planejamento familiar a todos, para que tanto aquela pessoa da classe alta possa determinar à sua família, como é o caso, por exemplo, das mulheres de classe alta que hoje têm, em média, 1,4 filho, enquanto aquelas que têm renda muito baixa acabam tendo de quatro a cinco filhos. O Poder Público tem de fazer a sua parte, seja na informação, na orientação, seja na execução, e dar conseqüência nas ações de planejamento familiar que a sociedade tanto pede e por que tanto clama. Este Projeto, na realidade, visa a um protocolo de intenções, para que as entidades todas possam se agrupar e possam, de uma maneira inequívoca, fazer e dar conseqüência ao planejamento familiar efetivo na cidade de Porto Alegre, fazendo com que haja melhor acesso ao planejamento familiar daquelas pessoas que têm muita dificuldade para fazer os métodos necessários, daquelas pessoas que também podem não ter a possibilidade de ter filhos, querem ter filhos, e precisam para isso também ter um encaminhamento, então essa é a questão toda que está posta. Esse protocolo de intenções é para que realmente a sociedade se qualifique nesta matéria.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para cumprimentar V. Exª, Ver. Dr. Raul, na medida em que, além do conhecimento da sua história profissional, da sua luta política, este Projeto traz para todos nós a oportunidade de auxiliarmos em algo que do ponto de vista é dramático e do ponto de vista individual das pessoas faz muita diferença. É um Projeto que merece apoio, e eu cumprimento Vossa Excelência.

 

O SR. DR. RAUL: Eu lhe agradeço. Realmente, este assunto é um assunto individual de cada cidadão, de cada cidadã, e é um assunto que diz muito ao coletivo da sociedade. Porque, na realidade, nós só teremos efetivamente, segurança adequada, habitação, emprego, saúde, se nós conseguirmos que as pessoas façam o seu planejamento familiar. Isso é uma matéria de alta relevância social.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, da mesma forma quero cumprimentá-lo, médico comunitário com destacada atuação, tanto é assim que V. Exª é Vereador desta Casa exatamente pelo trabalho social que faz. Todos nós sabemos, Vereadores, que talvez não haja chaga maior - entre tantas outras que o nosso País sofre - do que a questão da maternidade precoce, da falta de planejamento familiar e das crianças que a cada ano mais e mais vêm ao mundo sem o mínimo de responsabilidade por parte dos pais, sem carinho, sem atenção, sem Educação. Enfim, então essa questão do planejamento familiar é urgente. Nós precisamos avançar e o mérito do trabalho de V. Exª é, exatamente, dedicar-se a isso. Parabéns, V. Exª tem todo o nosso apoio.

 

O SR. DR. RAUL: Obrigado. Eu agrego ao seu pronunciamento a questão da drogadição, que a todo o momento está se expandindo epidemicamente em nosso País e tem muito a ver também com o planejamento familiar.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, um Projeto como esse é muito importante, trata da saúde, da vida das pessoas, e não poderia ser diferente a manifestação deste Vereador. Acredito que a minha Bancada, do PTB, também irá apoiar o seu Projeto.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero parabenizar V. Exª, que é um médico de ponta e que conhece como poucos o problema da periferia da nossa Cidade, principalmente a situação das pessoas mais pobres. Seu Projeto é excelente, e tenho certeza de que V. Exª terá apoio primeiro dos médicos desta Casa - estão todos a favor -, e o restante dos Vereadores que, sem dúvida nenhuma, apoiarão o seu Projeto porque ele é um bom Projeto. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Raul continua com a palavra para discutir o PLL nº 122/07, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. DR. RAUL: Eu agradeço pela cedência do tempo.

 

O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, eu venho da periferia, conheço as suas mazelas e convivo com adolescentes de 12, 13, 14 anos, e o parabenizo pela sua atitude, pelo seu Projeto. V. Exª tem o meu voto.

 

O SR. DR. RAUL: Que bom que essas manifestações estão acontecendo. Isso só reflete, na realidade, a necessidade social e o engajamento desta Câmara Municipal numa matéria tão séria e tão grave para a nossa Cidade, para o nosso País.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, eu só queria me somar às manifestações, porque, em conversa com V. Exª, no ano passado, vi o seu empenho, o seu conhecimento como médico nesse assunto, e com muito prazer fui Relator da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, quando elaborei Parecer favorável. Portanto, essa é uma bandeira de V. Exª, vá em frente, porque essa é uma necessidade, e a sociedade assim o quer. Obrigado.

 

O SR. DR. RAUL: Eu agradeço pelas manifestações.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, em meu nome e em nome da Bancada do PSB, quero dizer que eu até tinha idéia de ocupar a tribuna, mas como estão sendo feitos apartes, acho que isso é o mais adequado. Peço desculpas por tomar seu tempo, mas quero ressaltar a importância deste tema no contexto porto-alegrense, gaúcho e brasileiro, e gostaria de dizer do respeito que tenho por V. Exª, pelo tipo de atuação que promove aqui na Cidade. Estamos juntos neste seu Projeto que vemos como positivo para a cidade de Porto Alegre.

 

O SR. DR. RAUL: Que bom. Muito obrigado.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, quero cumprimentá-lo pela iniciativa e dizer que o planejamento familiar deveria partir do Governo Federal. Mas que bom que nós, através de V. Exª, estamos dando o exemplo e dando o primeiro passo. Eu entendo que planejamento familiar não é distribuir dez, 12, 15 camisinhas em época de carnaval, ou 12 camisinhas por mês para que as pessoas possam ficar à vontade. Acho que isso é um pouco discutível. O produto disso é outra história.

Mas, de qualquer maneira, o planejamento familiar deveria ser de responsabilidade do Governo Federal, que faz isso à meia-boca, e nós estamos aqui dando o primeiro passo. Parabéns, eu tenho certeza de que toda a Casa o apóia.

 

O SR. DR. RAUL: Que bom que estamos todos unidos nesta matéria...

 

A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Da mesma forma, Ver. Dr. Raul, a Bancada do PT o cumprimenta pela iniciativa. Lembramos que este Projeto foi iniciado e protocolado em 2007, quando V. Exª era Presidente da Comissão de Saúde e eu presidia esta Casa. Houve todo um esforço no sentido de poder construir possibilidades em nível de Município, de Estado e em nível Federal, para que de fato se implemente, na prática, o planejamento familiar no Município de Porto Alegre. O Ministério da Saúde, desde aquela época, tem também iniciativas nessa área. E em nível municipal, V. Exª traz uma regulamentação importante, e esse esforço tem que ser coletivo, e não um esforço apenas do Município. Em 2007, nós criamos uma Comissão junto com os Deputados da Assembléia Legislativa no sentido de poder, de fato, trabalhar este tema para toda a sociedade. Muito obrigada pelo aparte.

 

O SR. DR. RAUL: Eu é que agradeço. Realmente, este tema tem sido bastante trabalhado. Agora, nós estamos no momento de ações propositivas para esta matéria, porque nós já temos inclusive uma lei aprovada que cria, em Porto Alegre, o Centro Integrado de Planejamento Familiar, para dar seqüência a ações que vão desde a orientação até a efetivação real dos métodos necessários.

 

O Sr. João Pancinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, quero parabenizá-lo porque acompanho o seu intuito desde a legislatura passada neste aspecto de prevenção e programação familiar, que é extremamente importante, porque precisamos que as famílias se conscientizem e tenham condições de realmente dar continuidade à sua descendência. Com certeza, V. Exª terá o apoio desta Casa e meu, particularmente.

 

O Sr. Elias Vidal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, como Vereador e Líder da Bancada do PPS, quero parabenizá-lo também, porque este assunto é de extrema importância, é uma matéria da qual a Cidade fala muito, e as pessoas indagam, pois é uma questão de Saúde pública, uma questão de qualidade de vida. V. Exª está trazendo para esta Casa a oportunidade de melhorarmos a qualidade de vida da população com este Projeto de Lei. Parabéns, Vereador.

 

O SR. DR. RAUL: Eu quero agradecer por todas as manifestações dos colegas e desejar saúde a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLL nº 122/07.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Adeli Sell, é com muita alegria que a gente observa o autor desta proposta - e aqui quero saudar o Ver. Dr. Raul - trazer a discussão do planejamento familiar a esta Casa e ser acolhido por todos os colegas Vereadores. É importante, quando se fala em planejamento familiar, fazer uma profunda divisão entre planejamento familiar e controle de natalidade. No planejamento familiar a escolha é livre e consciente do casal, e no controle da natalidade isso não ocorre. No controle da natalidade, o Estado determina quantos filhos as pessoas vão ter, e isso é bastante comum em alguns países ditatoriais, como a gente observa lá na Ásia e outros lugares mais próximos.

É fundamental dizer também, Ver. Haroldo de Souza, quando o senhor falou que o Governo Federal deveria implementar medidas de planejamento familiar, que isso é uma grande realidade, e aí a gente observa que na distribuição de preservativos e na distribuição de pílulas anticoncepcionais, Porto Alegre, por iniciar o nome pela letra “p”, acaba ficando lá atrás, e muitas vezes essas medicações acabam deteriorando em outros Municípios e não chegando ao seu fim, que é Porto Alegre.

É com muita satisfação mesmo que vimos louvar esta medida e este Projeto de Lei do Ver. Raul.

Quando nós estivemos nesta Casa, no ano retrasado, com o Dr. Pedro, sentados àquela mesa ali, numa medida propositiva e concreta de planejamento familiar, o Dr. Raul e, na época, o Dr. Goulart, foram os únicos que se pronunciaram a favor. Outras Bancadas estavam aqui compostas pela maioria de seus membros ou pela totalidade de seus membros e não entenderam aquela iniciativa da gestão pública. Então, que bom que essas opiniões estão sendo revistas agora.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do Orador.) Obrigado, Ver. Thiago. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu só quero parabenizar o Dr. Raul pela iniciativa, porque este protocolo abre e incentiva a possibilidade da reunião dos Poderes Públicos no desejo de que se reúnam e militem pela causa do planejamento familiar. Este talvez seja o maior mérito deste Projeto de Lei que abre e incentiva a possibilidade de se constituir uma equipe multidisciplinar para tratar deste assunto. Obrigado.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Então, é importante que se ressalte isso. Todos sabem que eu sou médico, trabalho no Município, sou, com muito orgulho, funcionário dos quadros municipais há nove anos, milito e trabalho na Restinga neste período, e com o Projeto efetivo que nós iniciamos lá, o dos implantes, tivemos a possibilidade de colocar 978 implantes na Restinga. Isso fez com que a taxa de natalidade da região, em um ano e meio, caísse quatro pontos percentuais. O planejamento familiar é, na verdade, junto com a Educação, o início das soluções da grande maioria das mazelas sociais que acabamos vivendo. O que se observa é que muitas dessas meninas - e a grande chaga seja talvez a gravidez na adolescência - não querem engravidar e acabam sendo compelidas a isso pela falta de acesso aos métodos contraceptivos.

Parabéns, Dr. Raul, seremos solidários e estamos nessa luta. Um abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Dr. Thiago. Não há mais quem queira discutir.

Em votação o PLL nº 122/07. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 122/07.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, neste momento, em meu nome e do Ver. Pedro Ruas, nosso Partido vem na tribuna encaminhar favorável ao Projeto do Ver. Dr. Raul, pelo mérito do Projeto, além de parabenizar o colega pela iniciativa de instituir esta data anual com relação a um tema tão importante como o Programa Saúde da Família e reiterar o nosso compromisso na defesa da prevenção, do acompanhamento para as populações de Porto Alegre, pela possibilidade de prevenção de doenças, de prevenção de gravidez na adolescência, como o Ver. Dr. Thiago, que me antecedeu, relatou. E, fundamentalmente, o Projeto do Ver. Dr. Raul vem nesse sentido, instituindo esta data. Portanto, vamos encaminhar favoravelmente ao Projeto. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Fernanda.

Em votação o PLL nº 122/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 122/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PLL nº 122/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 122/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Ver. Dr. Raul, o seu Processo nº 4.194, PLL nº 122/07, está aprovado pela unanimidade das Sras Vereadoras e Srs. Vereadores presentes.

Aproveito para fazer uma homenagem ao aniversariante do dia, nosso colega Ver. Elias Vidal. Gostaria que todos o cumprimentassem efusivamente com uma salva de palmas. (Palmas.) Convido V. Exª, Ver. Elias Vidal, a receber o cartão, assinado pelo Ver. Sebastião Melo, com uma obra maravilhosa de Angel Esteves.

 

(Procede-se à entrega de cartão.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Convido o Ver. Toni Proença para assumir a presidência dos trabalhos neste momento, porque o próximo Projeto é de autoria deste Vereador. Portanto, estou impedido de fazer os procedimentos da presidência.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 8980/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 303/07, de autoria do Ver. Adeli Sell, que oficializa a Feira de Economia Solidária do Dia das Mães e a Feira de Economia Solidária de Natal como eventos culturais, econômicos, comerciais e turísticos do Município, que ocorrerão anualmente, no Largo Glênio Peres, e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Raul: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLL nº 303/07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores e Vereadoras, não estou apresentando nenhuma novidade, os dois eventos já ocorrem há muitos anos, na gestão passada e nesta. Não tem, portanto, nenhum embate político-ideológico, apenas há o pedido dos promotores do evento. Como não está oficializado, e para que conste nos materiais da Prefeitura e haja divulgação oficial, eu apenas estou oficializando, meus caros colegas Vereadores, os dois eventos que já existem na Cidade. Portanto, essa é a questão.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero dizer que me inscrevi, caso o meu aparte prejudique o seu pronunciamento, o meu tempo está à disposição do ilustre Vereador. Ver. Adeli Sell, tenho a posição, há bastante tempo, de que o Largo Glênio Peres somente pode ser utilizado para eventos de natureza cultural, recreativa, artística. E, parece-me, estudei bastante o Projeto de V. Exª, que esse Projeto está na linha da correta utilização do Largo Glênio Peres. Durantes os últimos três anos, nós debatemos bastante, inclusive com a Verª Juliana Brizola e com a Socióloga Lícia Peres esse tema, porque há um receio importante - por parte das pessoas que valorizam o Largo Glênio Peres e que tiveram a honra de conviver com Glênio Peres e com sua forma de ver a vida em Porto Alegre - de que acabem tentando fazer estacionamentos ou outras coisas do gênero. Por isso, me congratulo com V. Exª Agradeço pelo aparte e deixo o meu tempo, Ver. Toni Proença, à disposição do autor do Projeto. Muito obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Permita-me entrar num outro tipo de discussão que agora faço questão de fazer, porque, de fato, em muitos momentos, o Largo Glênio Peres é muito mal-utilizado. Há uma pressão permanente sobre a Prefeitura Municipal e seus agentes para que se use o espaço para absolutamente qualquer coisa, pois é um espaço do povo de Porto Alegre. Essas são duas feiras tradicionais, que não têm apenas o intuito de vender um produto - é claro que uma feira sempre tem um intuito de vender um produto -, mas elas são feiras que têm o aspecto de valorizar as coisas da Cidade, tais como a economia solidária, no Dia das Mães, no Natal. Assim como o evento que se realiza há mais tempo do que Porto Alegre existe legalmente enquanto município, como é a feira do peixe. Para outras questões, parece-me, tudo tem de ser discutido e com muito vagar, Ver. Pedro Ruas. Há dias, falava-se em estacionamento sobre o Largo, na verdade, o que se noticiou e estava mal-escrito, pelo menos em dois jornais, o que vai ser feito é na Rua Marechal Floriano, na confluência com a Praça, um espaço de Área Azul e não sobre o Glênio Peres. São coisas completamente diferentes, e nós achamos que isso é algo extremamente importante.

Nós, no ano passado, discutimos, e foi também importante, a utilização da parte frontal do Glênio Peres, contígua ao Mercado Público, apenas com uma melhoria nas mesas, com um verdadeiro tablado, como em todas as outras Capitais que a gente conhece em que os mercados públicos usam o entorno, como, por exemplo, em Montevidéu, no Mercado del Puerto. Então, é nesse sentido e apenas nesse sentido que nós queremos a utilização. Como já existe, a Prefeitura faz isso regularmente, mas não está oficializado, nós queremos apenas oficializar. Não é um Projeto milagroso, mas apenas vai dar um caráter legal para aquilo que já existe. Parece-me que, nesse caso, são dois eventos corretos. Eu sempre lembro a importância que tem o debate, levantado pela Lícia Peres, para a devida utilização do Largo Glênio Peres. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Adeli Sell.

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores, Vereadoras, público que acompanha o Canal 16, eu queria também aqui saudar a iniciativa do nobre Ver. Adeli Sell, que está promovendo, num pequeno Projeto, a inclusão social de inúmeros trabalhadores e trabalhadoras que se dedicam à arte e à cultura. Nós falamos muito que essas exposições acabam disponibilizando aos cidadãos a questão do artesanato, da culinária e das artes plásticas. E nós percebemos que, na economia solidária, são inúmeras as feiras que acontecem na cidade de Porto Alegre, seja lá no Brique da Redenção, aos sábados e aos domingos, seja em muitas outras feiras de bairros que são promovidas nesta Cidade, como também aqui na Usina do Gasômetro, com a Feira de Artesanato, Artes Plásticas e Culinária aos domingos. São mais de 20 mil pessoas na cidade de Porto Alegre que vivem - diria até que sobrevivem - dessa arte ou dessa cultura. Grande parte é composta por pessoas aposentadas ou desempregadas que, infelizmente, não vivem com os recursos recebidos da sua aposentadoria e sobrevivem da ação de sua iniciativa. E, queiramos ou não, em inúmeras feiras em que vamos, acabamos lembrando a cidade de Porto Alegre, por isso os turistas gostam muito de visitar essas feiras que acontecem na nossa Cidade.

Portanto, é uma bela iniciativa. Nós também lutamos e militamos com esses cidadãos e cidadãs que buscam esses espaços institucionais na Cidade, porque a maioria daqueles que não vão a esses lugares institucionais acabam sendo barrados pelo Poder Público, coisa que não podia acontecer; ao contrário, o Poder Público deveria incentivar todas as pessoas que sobrevivem ou acabam agregando renda através dessa sua atividade, comprovando através da sua carteira de artesão. É de extrema importância, Vereador, que nós possamos apoiar a sua iniciativa.

 

O Sr. João Pancinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, obrigado pelo aparte. Porto Alegre caracteriza-se, como bem disse V. Exª, por essas feiras solidárias que estão espalhadas pela Cidade e em pontos já característicos. Parece-me de extrema importância que as associações comunitárias possibilitem, dentro das suas comunidades organizadas, que a própria comunidade desempenhe, ali dentro das suas associações, cursos de corte e costura, carpintaria, seja lá do que for, e que também venham a participar dessas feiras de economia solidária, o que também vai acrescentar muito para aquelas comunidades, como bem V. Exª disse, já que aumenta a fonte de renda das famílias.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com certeza. Vejam só: são muitos colegas Vereadores que não só apóiam essas iniciativas - como a apresentada pelo Ver. Adeli Sell -, mas também conhecem exatamente como as coisas são em determinados bairros. Nós temos, por exemplo, mais de 30 feiras-modelo na Cidade, e poucos sabem, por exemplo, que, nessas feiras-modelo, também é permitido que se exponham trabalhos de artes plásticas e culinária, como também artesanato, através de um Projeto de Lei aprovado nesta Casa.

Então, acredito que essas iniciativas são bem-vindas, e tenho certeza absoluta de que, à medida que nós também nos preocuparmos com essas pequenas coisas, nós estaremos dando oportunidade e promovendo a inclusão social aos cidadãos e cidadãs que estão muito distantes das políticas sociais que os governos deveriam implementar. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Ver. Toni Proença. Ver. Adeli Sell, Vereadores, Vereadoras, o Projeto - e eu tive oportunidade de referir no aparte - me renova uma preocupação, mas, desta vez, pelo lado positivo.

Eu falei antes na Verª Juliana Brizola, porque ela conhece - assim como outros, mas conhece muito, milita junto, é companheira da socióloga Lícia Peres, com quem tive a honra de militar, de privar, de aprender, assim como com Glênio Peres. E estive, Verª Juliana Brizola, em 2006 e 2007, reunido com grupos que tinham essa preocupação que o Ver. Adeli expressou na tribuna. Ou seja, o Largo Glênio Peres é um espaço púbico, é um espaço para a cidade de Porto Alegre, para atividades culturais, recreativas, de engrandecimento, de convivência - esse é o espaço do Largo Glênio Peres. Então, normalmente, o tipo de Projeto que o Ver. Adeli Sell traz precisa ser muito bem estudado. E este foi. A nossa assessoria de Bancada teve esse trabalho e nos deu esse encaminhamento, que, na minha opinião, Vereadores e Vereadoras, tem tudo a ver com aquilo que é o destino, a vocação efetiva do Largo Glênio Peres: uma atividade cultural, recreativa, de convivência, e mais: não-permanente. Ela tem um período de acontecimento, uma vez ao ano, e, no restante do tempo, o Largo continua cumprindo a sua tarefa do cotidiano, a sua missão histórica, a sua razão de existir. Por isso, nós do PSOL, a Verª Fernanda Melchionna e eu, temos, Ver. Adeli Sell, posição totalmente favorável ao Projeto que V. Exª apresenta, até porque nos permite também a discussão sobre a preservação da vocação histórica, da razão de existir do Largo Glênio Peres. Obrigado, Vereador.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Pedro Ruas.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro colega Ver. Toni Proença, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar todos.

Eu também quero, fraternalmente, parabenizar o Ver. Adeli Sell por essa iniciativa de oficializar a Feira de Economia Solidária do Dia das Mães no Largo Glênio Peres. Glênio Peres, um conhecedor da história da cidade de Porto Alegre, que amou esta Cidade, que trabalhou como poucos para o desenvolvimento desta Cidade, o que culminou na denominação do Largo.

Eu sei que algumas pessoas não são favoráveis às feiras do Largo Glênio Peres. Nós tivemos aqui nesta Casa uma ampla discussão sobre um Projeto de minha autoria, que foi discutido pela maioria dos Vereadores, para que o Largo Glênio Peres também fosse utilizado pelos nossos verdadeiros produtores rurais de Porto Alegre, em determinados dias a serem definidos, para que eles pudessem vender os seus produtos. Isso está acontecendo, e o Largo Glênio Peres foi um dos pontos de Porto Alegre que alavancou e deu sustentação à nossa área produtiva.

O Largo Glênio Peres é um local muito procurado, e esse Projeto do Ver. Adeli, um belo Projeto, fez com que os outros locais da cidade de Porto Alegre também fossem pontos estratégicos para que os nossos produtores tivessem locais adequados para vender os seus produtos. Graças a Deus, isso está acontecendo. É por isso que os nossos produtores receberam esse incentivo do Prefeito desta Cidade, da SMIC, da Emater, e, também, da Câmara Municipal de Porto Alegre, da maioria das Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. Vamos dividir esta vitória com todos os Vereadores, porque nós conseguimos, sim, recuperar uma área produtiva, o nosso cinturão verde, e dar um incentivo ao nosso produtor. Isso foi muito importante.

Agora, o Ver. Adeli também traz um Projeto de grande importância. Tem que abrir um espaço, sim, para que as mães, para que os Clubes de Mães, lá, pelo menos nesse período, tenham condições de ofertar os seus produtos para a população de Porto Alegre.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro e fraterno Ver. Ervino Besson, solidarizo-me com V. Exª nesse sentido, principalmente por representar boa parte da Região do Extremo Sul, que carece realmente desse espaço para expor os seus produtos. Também quero parabenizar o Ver. Adeli Sell, principalmente por termos a experiência de que essas feiras são muito mais do que feiras. Na Restinga, nós acompanhamos uma feira parecida, a “Restinga Criativa”, que fez com que as mulheres pudessem expor os seus produtos. Esses grupos nasceram dos grupos de Saúde Mental das Unidades de Saúde. Então, mais do que geração de renda, muitas vezes esses grupos são grupos terapêuticos. Um abraço.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado, Vereador. Muito obrigado também pelo apoio de V. Exª, que é médico e conhece muito a nossa região, principalmente a Zona Sul de Porto Alegre, onde V. Exª exerce as suas funções na área da Medicina. É mais um que vai-se juntar a nós, como tantos Vereadores, para que possamos, cada vez mais, estarmos juntos com o nosso produtor, apoiando Projetos como este. Projetos como este, temos que apoiar, sim! É para a Cidade. Estamos alavancando, fortalecendo e apoiando essas pessoas para que tenham um local adequado para oferecerem os seus produtos, e este belo Projeto do Ver. Adeli Sell vem ao encontro disso. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Muito obrigado, Ver. Ervino Besson.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu ouvia da minha tribuna a manifestação do Ver. Adeli Sell a respeito do Projeto de Lei de sua autoria, no qual ele oficializa a Feira de Economia Solidária do Dia das Mães e a Feira de Economia Solidária de Natal como eventos culturais, econômicos, comerciais e turísticos do Município, que ocorrerão anualmente no Largo Glênio Peres, e dá outras providências. A leitura da ementa poderia nos levar a um equívoco, equívoco esse que o Ver. Adeli, sem se aperceber, já desfez, pelo menos no que nos diz respeito. Ocorre que, no nosso entendimento, essas feiras, Ver. João Dib, não se constituem por lei; elas se constituem por manifestações espontâneas de segmentos sociais, como foi o caso do Brique da Redenção, da Feira de Antiguidades. Uma vez elas existindo e na medida em que elas se consolidam, justificada se torna a sua oficialização, como uma forma de se dar o carimbo do Município àquilo que a comunidade já fez. Então, a informação que nos traz o autor, e nós não a desconhecíamos, mas foi-nos avivado na memória o fato de que esses dois eventos já existem, que ocorrem exatamente nas datas que o Vereador está sugerindo, isto é: a Feira da Economia Solidária de Natal, que ocorrerá anualmente no período de 17 a 22 de dezembro no Largo Glênio Peres, e que o horário de funcionamento é igual ao das feiras de que tratam os artigos 1º e 2º desta Lei, isto é, das 8h30min às 20 horas; da mesma forma, as demais regulamentações contidas na Lei obedecem a um critério já amplamente consagrado nas nossas feiras promocionais e que têm o aspecto de evidenciar a cultura do Município, enfatizar o turismo e produzir resultados econômicos. É o fato de que nós temos que deixar de proibir que em Porto Alegre alguém produza em termos econômicos e que faça resultado. Aliás, eu aproveito a oportunidade, Ver. DJ Cassiá, para dizer tranqüilamente o seguinte: nós temos que acabar com essa história de que é proibido se produzir em Porto Alegre e ter resultado. Às vezes, eu ouço dizer: “Mas se agir dessa forma, Fulano vai ganhar dinheiro”. Graças a Deus que vai ganhar dinheiro! Ou nós queremos que os porto-alegrenses percam dinheiro? Essa atividade que vou fazer, com todo o valor que tem, sob o ponto de vista cultural ou turístico, só se realiza porque tem um objetivo: resultado econômico para aquele que vai ali expor. Porque, se não der resultado econômico, não tem sentido fazer! Porque alguém sempre paga o cafezinho, alguém sempre paga a sobremesa, alguém paga pelos acontecimentos.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador, ouço com orgulho o seu aparte; conheci-o há pouco tempo, mas já aprendi a querê-lo bem, pela sua simpatia e pelo entusiasmo com que se dedica à vida pública; honra-me com seu aparte.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: Aprendemos muito com V. Exª

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Nós aprendemos conjuntamente.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: Só quero me solidarizar, no sentido de dar uma contribuição: as indústrias criativas, em outros países, como, por exemplo, no Reino Unido, já são responsáveis por 10% da economia. Então, sem dúvida nenhuma, V. Exª tem toda a razão.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Fico grato a V. Exª Ver. Adeli, cumprimento-o pela iniciativa de oficializar esse assunto. Conheço o seu pensamento! V. Exª não é daqueles que ficam brabos quando as pessoas têm sucesso econômico-financeiro; V. Exª é do meu time, bate palmas, entusiasma-se, pede que tenham mais a produzir, a desenvolver e obter resultados na Cidade. Concluo, Sr. Presidente, agradecendo por sua tolerância, e, oportunamente, se for o caso, voltarei a esta tribuna.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, vim para discutir esta matéria, um Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Adeli Sell, oficializando a Feira Solidária do Dia das Mães e a Feira de Economia Solidária de Natal como eventos culturais, econômicos, comerciais e turísticos do Município que ocorrerão anualmente no Largo Glênio Peres.

Ver. Pedro Ruas, V. Exª sabe que, quando estamos oficializando eventos, estamos também nos predispondo a dar estrutura suficiente para que o evento possa acontecer, porque oficializar eventos não é simplesmente colocar o evento no calendário de eventos da Prefeitura Municipal; oficializar é dar estrutura para que o evento possa ocorrer.

O Ver. Adeli Sell, que foi um bom Diretor da SMIC, realmente tem toda a autoridade possível para fazer essa Proposição. Eu faço questão, Ver. Adeli Sell, de citar o nome de V. Exª, porque lembro muito bem que transcorriam aqueles 16 anos em que o Partido dos Trabalhadores esteve na Prefeitura Municipal, e nós tentamos, Ver. Pedro Ruas, oficializar, e conseguimos, por intermédio de um Projeto de Lei, a Feirinha dos Clubes de Mães na Praça em frente à Prefeitura Municipal, que ocorria uma vez por ano.

Por incrível que possa acontecer, e eu quero crer que desta vez a tentativa do Ver. Adeli Sell não vai cair no mesmo erro cometido pela Prefeitura na época, a Prefeitura Municipal, por intermédio da SMIC - e não era o Ver. Adeli Sell o Diretor da SMIC -, não quis colocar a estrutura suficiente para que a Feira dos Clubes de Mães pudesse acontecer, simplesmente por um fato: porque o Projeto havia sido apresentado aqui, naquela época, por um Vereador que não era Vereador da Bancada petista. Isso aconteceu comigo e deve ter acontecido com tantos outros Vereadores, e eu acredito que serviu apenas para atrasar Porto Alegre. Acho que, nesses 16 anos, atos como esses que estou citando - e que aconteceram várias vezes -, Ver. Todeschini, atrasaram Porto Alegre em relação a outras capitais. É por isso que eu cito sempre: quando cheguei aqui, em Porto Alegre, há mais ou menos 34 anos, Porto Alegre era a principal Capital do Sul do País, e Curitiba de repente passou à frente, disparou, e hoje é a principal Capital do Sul do País; infelizmente, para nós. Florianópolis também disparou, e Porto Alegre ficou, infelizmente, no caminho, por causa de administrações que, muitas vezes, queriam fechar os olhos para iniciativas, Ver. João Dib, de Vereadores que não fossem formadores da Bancada do PT aqui na Câmara Municipal.

Então, acho que estamos respirando outros ares, a Administração Fogaça está dando uma amostra de que estamos realmente em outros tempos. E tenho certeza absoluta de que, pelos pronunciamentos que vejo aqui nesta tribuna, este Projeto que vai ser aprovado, vai receber, por parte da Prefeitura Municipal, Ver. Adeli Sell, as condições necessárias para que realmente essas feiras, esses eventos possam ocorrer em benefício da população, em benefício da comunidade. Acho que democracia tem que ser assim. Aquilo que aconteceu no passado está dentro da idéia do totalitarismo, e eu acho que tem que ficar para trás, tem que ficar esquecido. Nós não podemos retroceder, e por isso eu vou votar favorável ao Projeto do Ver. Adeli Sell e, no que me concerne, vou também solicitar ao Executivo Municipal que dê, realmente, todas as condições para que esses eventos, Ver. Adeli, possam ocorrer onde V. Exª cita, no Largo Glênio Peres. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 303/07.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, esta Casa, ao longo de 35 anos, anualmente, na segunda semana de maio, homenageou as mães porto-alegrenses. E, no ano passado, quando se realizaria a 36ª Sessão Solene em homenagem às mães, ano em que a Câmara teve o maior número de mães como Vereadoras, a homenagem foi retirada do roteiro de Sessões Solenes que se realizavam através de Projetos de Resolução. A primeira vez foi realizada em 1973 e a última vez em 2007; portanto, por 35 anos, consecutivamente. Este ano eu vou pedir para realizar uma Sessão Solene em homenagem às mães, e o Plenário dirá “sim” ou “não”.

A proposta do Ver. Adeli Sell não é uma homenagem às mães, é uma proposta comercial, que diz que as bancas medirão três metros por dois metros, e serão classificadas de acordo com as modalidades de exposição, como segue: artesanato, confecção, alimentação, agricultura familiar e empresas recuperadas - eu, exatamente, não sei o que seja empresa recuperada.

É uma forma de promover comércio, e não homenagear as Mães, a não ser que se dissesse que esse artesanato é voltado à confecção de objetos que se vinculem à maternidade.

A confecção não está dizendo que não é industrializada; alimentação, também não está dizendo que não é industrializada; agricultura familiar, a idéia me agrada; empresas recuperadas, não sei como é que é.

Não sei se essa é uma maneira de homenagear as mães.

Nós fazíamos uma Sessão Solene, com um culto ecumênico com rabino, padre e pastor que uniam as suas orações em homenagem às mães.

É um evento comercial, o que está sendo proposto aqui.

Em todas as Comissões teve parecer favorável, inclusive na Comissão de Educação, à qual pertenci no ano passado, o meu voto foi a favor.

A Câmara de Vereadores realiza duas ou três vezes ao ano, aqui, no andar térreo, eventos nesse sentido, promovendo a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães.

Talvez, seja uma coisa boa, mas só espero que não seja um primeiro passo para a reocupação daquela área sagrada da Cidade, e que hoje foi liberada, que é o Largo Glênio Peres.

Espero que essa empresa recuperada, que não sei o que é - talvez seja explicado -, e fico com todas as dúvidas do mundo sobre a confecção e alimentação também.

Mas, de qualquer forma, acho que artesanato e agricultura familiar valeriam, sem dúvida nenhuma.

Mas que fique bem claro que não seja o primeiro passo para a ocupação indevida daquela área. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLL nº 303/07, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Em votação o PLL nº 303/07. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2029/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 055/08, de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana do Programa Saúde da Família, a ser realizada anualmente, no período de 4 a 10 de dezembro.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relatora Verª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 055/08, de autoria do Vereador Dr. Raul. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.)

Em votação o PLL nº 055/08. (Pausa.) O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 055/08.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem, este Projeto tem um intuito muito simples, que é o de prestigiar e trazer a uma discussão mais forte os programas de saúde da família da cidade de Porto Alegre, porque o PSF é uma estratégia, hoje, nacional, para que haja a prevenção efetiva na nossa Saúde Pública; para que possamos, através de agentes comunitários de Saúde atingir as famílias carentes, não só quando elas precisam do Posto de Saúde, mas, sim, no seu dia-a-dia, dentro das suas casas, onde está, muitas vezes, a pessoa com deficiência, com uma seqüela, uma criança de baixo peso, onde haja a questão da droga, e do HIV. Todo o Programa Saúde Família está voltado para o atendimento básico de saúde, mas também para a prevenção primária, e se faz necessário, uma vez que estamos organizando agora, ao longo desses anos, e multiplicando as equipes de saúde família na Cidade, criar-se um determinado momento para um agrupamento maior desses profissionais e também um foco maior da sociedade no sentido de uma divulgação mais forte do que está acontecendo nos nossos PSFs. Então, propus este Projeto, em dezembro, em função do Dia da Família, que, em conversa que tive com a sociedade e com os médicos de família, que hoje já existem aqui no nosso Estado, que seria uma semana adequada para caracterizar, realmente, a ligação do Programa e das famílias. Então, nesta semana o objetivo maior, com certeza, será valorizar os profissionais que devem ser permanentemente valorizados, e, ao mesmo tempo, que eles possam interagir entre si, e não cada um apenas no seu Posto, na sua Unidade de Saúde, proporcionando seminários, capacitações e, basicamente, visibilidade para a Cidade de um serviço tão bom e tão qualificado que já vem sendo executado. Houve a ampliação desse Programa no próprio Governo Fogaça, que já dobrou as equipes, e agora esperamos dobrar novamente; já estamos em mais de noventa e pretendemos ir a mais de duzentos para que as famílias mais pobres principalmente possam ser atendidas lá no lugar onde moram, com dignidade, com carinho e com conhecimento, para que as questões da Saúde Pública, realmente, possam avançar na nossa Cidade. Este é o intuito deste Projeto e espero que todos estejamos na mesma linha que, na realidade, é a linha da qualidade de vida e de uma saúde para todos nós. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Dr. Raul.

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 055/08.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Vereador-Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, o Projeto do Ver. Dr. Raul institui no Município de Porto Alegre a Semana do Programa Saúde da Família, o famoso PSF. Nós temos atuado muito, principalmente nos últimos dois anos devido a alguns problemas que vinham e vêm acontecendo na área da Saúde, mais precisamente no Programa Saúde da Família. Quando o nobre colega Ver. Dr. Raul traz esse tema à discussão, criando uma semana especial para discutir políticas de Saúde, com o Programa Saúde da Família, acredito de extrema importância para todos nós e para Cidade, porque vem valorizar, sim, àqueles que têm um trabalho especial, que é o de cuidar da saúde das pessoas. E mais do que isso, os agentes do Programa de Saúde da Família, Técnicos em Enfermagem ou os Doutores que fazem o acompanhamento da equipe vão até a casa do cidadão e da cidadã e passam a conhecer todos os problemas da família. Por essa razão é de extrema importância de que todos nós - inclusive nesta semana, Dr. Raul - possamos fazer um seminário ou uma audiência pública para discutir, por exemplo, como o Executivo está tratando desse Programa lá na ponta, lá na realidade da comunidade, onde as comunidades atuam.

Hoje nós temos inúmeros problemas, problemas que não se resolveram ao longo do tempo e que vêm, agora, de certa forma, criar um trauma aos agentes comunitários, pois quando recebem, por exemplo, o contracheque e ali consta como estudante; ou quando, por exemplo, eles recebem o prêmio anual, com recursos do Governo Federal - um incentivo ao Programa Saúde da Família -, e o Governo do Estado diz que repassou ao Município e os agentes não recebem esse recurso! Só receberam, no ano passado, os recursos de dois anos atrasados, porque essa denúncia chegou aqui a esta Casa. Então, há determinados fatos ou assuntos que estão na vida do cidadão, e mais precisamente, na vida do profissional da área da Saúde ou da equipe do Programa de Saúde da Família que, no mínimo, anualmente, nós temos que criar um grande debate ou um encontro desses cidadãos e cidadãs profissionais que atuam nessa área, para possibilitar a eles um espaço, como nós temos nesta tribuna, com esse microfone, para poder explanar os problemas da sua categoria ou do seu dia-a-dia.

Portanto, Ver. Dr. Raul, quero saudá-lo por essa iniciativa. Acredito ser de extrema importância nós também nos debruçarmos não só sobre a questão da ampliação das equipes do PSF, mas principalmente sobre as condições de trabalho e de atendimento à população. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni.

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 055/08.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, a importância do Programa de Saúde da Família - o Leonardo se encontra aí - a gente observou agora, no caso do Sr. Marino, que está sendo atendido no PSF da Ponta Grossa, é fundamental, principalmente quando se fala em populações com grande vulnerabilidade social. E a vulnerabilidade social pode se dar por diversos motivos, não só pela pobreza ou pela dificuldade econômica das pessoas, mas pelo acesso difícil e por outras carências que essa população tem.

Então, Ver. Dr. Raul, saúdo V. Exª pela nobre iniciativa, porque é fundamental que nós mantenhamos uma discussão permanente dos Programas de Saúde da Família. Tanto uma discussão técnica de como está o Programa e como está atendendo a população, quanto das novas Equipes de Saúde da Família. É importante que esta Casa tome pé e ajude a orientar os locais de colocação dessas novas Equipes de Saúde da Família, para que elas não sirvam a outros interesses: interesses de loteadores, interesses econômicos. É importante que realmente a gente passe, a partir desta Casa e através dessa discussão do PSF, a poder nominar os locais de vazio de atendimento, por exemplo, que se tem hoje. A construção tem que ser permanente e a interação e as trocas dos profissionais também.

É sempre importante ressaltar que a estratégia de saúde da família, que passa pela equipe do Programa de Saúde da Família, traz um novo conceito em medicina, de atendimento global àquelas famílias que compõem o entorno. É o atendimento do médico, é o atendimento da enfermeira, é o atendimento do técnico de enfermagem e os agentes comunitários de saúde indo até as residências das pessoas, portanto, um atendimento multidisciplinar.

Mais uma vez o saúdo, Ver. Dr. Raul, pois o PSF é uma resposta àquelas comunidades com maior vulnerabilidade social, e é fundamental que nestas questões estejamos sempre discutindo e calibrando este exercício do PSF.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o PLL nº 055/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2211/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/08, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que institui o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, a ser realizado anualmente, no dia 21 de janeiro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 069/08. (Pausa.).

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Consultei a Verª Maria Celeste, Líder do Partido dos Trabalhadores, e ela me autorizou que propusesse o adiamento por duas Sessões desta matéria, tendo em vista que o seu autor não está presente e seria conveniente que estivesse para sustentá-la na oportunidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o Requerimento que solicita o adiamento por duas Sessões da discussão do PLL nº 069/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o adiamento.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2436/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui, no Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, a Missa Pascal dos Dirigentes Cristãos, a realizar-se anualmente, na quinta-feira seguinte ao Domingo de Páscoa.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 077/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº 077/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2762/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/08, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que inclui, no Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, o Desfile Cívico Comunitário, a ser realizado anualmente, no mês de setembro, no bairro Cavalhada, e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 105/08.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, da mesma forma como o outro Projeto, tendo em vista a representação do Ver. Engenheiro Comassetto fora da Cidade, nós estamos pedindo o adiamento da discussão deste Projeto, por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o Requerimento de adiamento da discussão do PLL nº 105/08 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Temos dois Requerimentos solicitando o adiamento da discussão por duas Sessões do PLL nº 144/08 e PLL nº 158/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher. Em votação os Requerimentos de adiamento da discussão, por duas Sessões, do PLL nº 144/08 e PLL nº 158/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3876/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/08, de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do Tenista, a realizar-se anualmente, no dia 9 de junho, e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Mauro Zacher: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 161/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº 161/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5162/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 214/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui no Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre a Caminhada pela Família, realizada anualmente, no terceiro domingo do mês de agosto.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-02-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 214/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº 214/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 016/09 – (Proc. nº 0610/09 – Verª Fernanda Melchionna) – requer Moção de Repúdio ao Comando da Brigada Militar, por ação durante ato contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. (Incluído em 11-02-09.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o Requerimento nº 016/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação de Requerimento de sua autoria.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos sabem da opinião do nosso Partido com relação ao aumento da passagem. Nesta tribuna, inclusive, coloquei da mobilização que seria realizada no dia 27 de janeiro pelos estudantes, pelos grêmios estudantis do Julinho, do IE, pelo DCE da UFRGS, uma manifestação pacífica que pautaria, através do teatro, instrumento utilizado por um grupo teatral para chamar a atenção da população de Porto Alegre com relação ao preço da tarifa coletiva, que começou na Esquina Democrática e seguiu em caminhada pela Salgado Filho, de maneira lúdica, pacífica, garantida pela Constituição Federal, por um direito da população, dos usuários de se organizarem, se mobilizarem.

Pois quero relatar para vocês o episódio lamentável que ocorreu naquele dia, e, por isso, propus a Moção de Repúdio, pois foi uma violência desmedida por parte, por orientação do Comandante da Brigada, Major Alceu Freitas, responsável por aquela operação, na qual os estudantes foram brutalmente reprimidos por orientação desse Comandante.

Quero relatar para vocês a participação dos estudantes do Centro Marista - do Cesmar -, além das instituições de que já falei, relatar que uma jovem de 14 anos teve os cinco dedos da mão quebrados pela violência, pela brutalidade da polícia. Outra jovem, estudante do Colégio Júlio de Castilhos, teve o braço quebrado -, eu trouxe o vídeo no meu notebook para passar para os Vereadores -, e eu acho que a Câmara não pode deixar de se pronunciar contra essa violência desmedida. Quero reiterar que a Moção de Repúdio é com relação ao Comandante da Brigada Militar, porque, afinal, a Brigada Militar é uma instituição de conjunto e também é afetada quando há aumento da tarifa dos transportes, quando os filhos, as esposas tomam ônibus; quando todo mundo vai pegar dois ônibus, paga R$ 2,30.

Todos nós defendemos também que haja mais segurança nas comunidades. Nós sabemos que o Rubem Berta, que também estava representando essa opinião durante o ato, é um dos bairros mais violentos da cidade de Porto Alegre, onde, a cada semana, de três a cinco jovens são assassinados, vitimas do narcotráfico. Portanto nós defendemos maior segurança nessas comunidades. Digo isso para reiterar que esta Moção de Repúdio tem o intuito bem claro de punir e exigir responsabilização com relação a essa ordem do Comandante responsável pela ação, o Major ao qual já me referi, durante essa manifestação pacífica dos estudantes no centro da Cidade.

Quero colocar aos meus colegas Vereadores também a repercussão que isso teve na imprensa, pois apareceu em todos os jornais, apareceu na Record. Se as senhoras e senhores tiveram a oportunidade de ver o que saiu na imprensa, vão lembrar do triste relato que nos foi passado, da truculência realizada durante aquele momento na Esquina Democrática, na Av. Salgado Filho. Tenho certeza de que os Vereadores desta Casa não vão aceitar essa violência desmedida por parte da Brigada Militar e vão apoiar a nossa Moção para que não haja mais esse tipo de ação violenta nas manifestações pacíficas garantidas pela Constituição Federal. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento 016/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Verª Fernanda Melchionna, com toda a certeza, V. Exª, com sua juventude, com sua inteligência, dará muitas contribuições para esta Casa e para este Município, porque V. Exª tem todas as condições para que isso possa se desenvolver. Só que eu sou obrigado, Ver. Fernanda, a manifestar-me contrariamente a esta Moção solicitada contra a Brigada Militar por um simples fato: eu venho acompanhando, há muitos anos, essas manifestações populares, Ver. Haroldo de Souza, contra ações da Brigada. Essas manifestações populares, que não são nada pacíficas, buscando estudantes geralmente vinculados a uma corrente política, vão para as ruas fazer ofensas, parar o trânsito e impedir o funcionamento de determinadas instituições simplesmente com o objetivo de dizer: “Oh, o meu Partido gostaria que a tarifa fosse bem mais barata”. O meu também gostaria, só que nós todos temos de ter a responsabilidade de tornar essa tarifa mais baixa, mais barata, mas dentro de uma proposta razoável, que não faça parar os ônibus; não vamos prejudicar as empresas, vamos fazer com que a qualidade do transporte coletivo continue sendo a mesma. Há um meio para isso? Há, com toda a certeza. E nós já tentamos propor isso aqui outras vezes, nós temos que acabar um pouco com as isenções. E aí, Ver. Haroldo de Souza, quando se propõe o fim de qualquer uma das isenções, vêm os Vereadores que defendem isenções - e não querem -, mas querem a tarifa mais baixa. Ora, ou nós vamos manter a qualidade do transporte coletivo como está, ou nós vamos acabar com as isenções e baixar o preço da tarifa. Isso é possível? Claro que é. Agora, a Brigada Militar está nas ruas tentando impedir que uma manifestação, Ver. Pedro Ruas, paralise a Cidade ou prejudique instituições.

Ver. Fernanda Melchionna, V. Exª se lembra daquela invasão aqui na Câmara. Na invasão, o que aconteceu? A Segurança da Câmara foi agredida. Aí ouvi um discurso de que a Segurança havia agido com violência. Mas o que aconteceu, para nós que estávamos aqui naquele dia da invasão da Câmara, dia da votação do Projeto do Pontal do Estaleiro, é que - e todo o mundo aqui conhece o chefe da Segurança da Câmara Municipal, que é um gentleman, que é alguém que, realmente, tenta conduzir da melhor forma possível a segurança dentro da nossa Instituição - o Chefe da Segurança foi agredido pelas pessoas que vieram aqui, porque elas estavam dispostas à violência! E os gritos que eu ouvi aqui, dentro da Câmara, eram de democracia! Mas que democracia, se as outras pessoas não podem falar? Democracia em que só eu posso falar, e os outros não? Isso não é democracia! Então, o que esses grupos de estudantes, muitas vezes, buscam na rua não é democracia, é exatamente fazer com que algum Partido, alguma corrente política a que estão vinculados ou que coordena os seus movimentos possa desabrochar com um discurso muito fácil: menor tarifa, preço menor dos alimentos, salários mais altos... Mas aí tem que dizer, Ver. Dr. Raul, de onde vai sair tudo isso, porque isso não é um passe de mágica que vai resolver. Quando eu falo que eu quero uma tarifa menor, eu tenho que dizer como é que eu vou alcançar essa menor tarifa, eu tenho que comprovar que a tarifa hoje está tão alta que tem que ser rebaixada sem precisar mexer, por exemplo, nas isenções. Eu já conversei com Verª Fernanda, e ela não quer o fim das isenções, mas ela quer baixar a tarifa! Agora, acontece o seguinte: eu quero o fim das isenções.

Então, eu acho que essa discussão não pode, simplesmente, se resumir a fazer com que a Brigada Militar fique mal neste assunto, porque a Brigada estava lá apenas cumprindo com as suas funções. Muito obrigado, Vereador-Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu sempre digo que não voto Moções, especialmente as de Repúdio, porque Moção gera tensão, gera reação e, daqui a pouco, dá agressão. Mas hoje eu vou me manifestar sobre a proposta da querida Verª Fernanda Melchionna. Se eu não fizesse esta manifestação, eu estaria negando todo o meu passado.

No dia 1º de setembro de 1956, no Governo Leonel Brizola, eu assumi o primeiro alto posto na Prefeitura Municipal. E, desde estão, até sair, eu sempre tive um alto posto na Prefeitura. E esse posto que eu assumi na Prefeitura era de Diretor de Planejamento e Fiscalização do Transporte Coletivo, que depois foi transformado em Secretaria, e eu passei a ser o Assistente Técnico da Secretaria. Até eu chegar à Secretaria, ninguém havia estudado tarifa em Porto Alegre. A primeira vez que se estudou tarifa foi em 1959, e o cálculo de tarifas foi feito por este Vereador, juntamente com o Eng. Carlos Alberto Barreto Viana Petersen. Nós fizemos o cálculo de tarifa e terminou o Ver. João Dib, na época o Eng. João Dib, sendo demitido do seu cargo pelo Prefeito Tristão Sucupira Viana, porque este Vereador havia dado uma declaração à imprensa.

Nós, Vereadores, representamos a população. Nós temos que falar as coisas como elas realmente são, nós não podemos querer apenas ser agradáveis. De repente, temos que ir ao povo e dizer: “Não, a Prefeitura estava certa”. Eu ouvi vários Vereadores reclamando do cálculo tarifário, mas seria mais fácil olhar o cálculo tarifário que veio para esta Casa, como preceitua a Lei. O cálculo tarifário está aqui; dia 3 de fevereiro foi encaminhado para cá, e, no dia 4, as tarifas foram reajustadas.

Quem olhar esse trabalho aqui verá que está absolutamente correto. Então, nós, Vereadores, deveríamos ir à população e dizer: “Olha, realmente não havia saída”. Nós sabemos que todos os produtos que nós consumimos aumentaram! Todos! Se disserem que algum baixou de preço, é uma exceção.

Eu sempre acompanhei os movimentos do transporte coletivo desta Cidade e, enquanto eu estive com a responsabilidade sobre o sistema, nenhuma vez deixei o sistema parar. E eu não apenas ouvi, eu acompanhei. Em 1963, eu era Secretário de Transportes, houve movimento de paralisação dos transportes, um ônibus foi apedrejado, eu estava dentro do ônibus. Estava lá para dizer que a tarifa estava certa. Então, acho que a Brigada Militar não sai batendo e batendo. E fazer uma Moção de Repúdio ao Comando da Brigada Militar, como propôs a querida Verª Fernanda Melchionna, ao Major Comandante substituto do 9º BPM, dando ciência à Governadora... Eu acho que, infelizmente, dessa vez eu vou votar, e vou votar contrariamente, porque eu assisti à movimentação da Brigada Militar dezenas de vezes, porque eu era parte, porque eu era aquele que tinha assinado o aumento de tarifa. E, quando as tarifas deixaram de ser decretadas pelo Prefeito e passaram a ser Lei Municipal, a Câmara passou a votar as tarifas, elas aumentaram mais ainda. Eu posso provar com dados numéricos que, enquanto o Prefeito aumentou as tarifas, o valor ficou abaixo da inflação, e, quando a Câmara de Vereadores aumentou as tarifas, ficou acima da inflação. É obrigação nossa orientarmos aqueles que confiam em nós. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos tratando, neste momento, de um Requerimento, de uma Moção que a Verª Fernanda Melchionna traz aqui de repúdio a uma ação do Comando da Brigada Militar. É diferente das questões que estão sendo colocadas aqui. Houve uma movimentação, uma manifestação no Centro da cidade de Porto Alegre em decorrência do aumento de preço das passagens de ônibus. Mas o debate aqui não é o aumento de passagens, o debate aqui é a criminalização dos movimentos sociais pelo Comando da Brigada Militar; mais do que isso, sob a orientação da Governadora do Estado do Rio Grande do Sul - é disso que nós estamos falando neste momento. Porque nós queremos, sim, os brigadianos atuando, queremos que eles tenham dignidade, que eles tenham salários justos, que haja concurso público para a contratação deles. Queremos, sim, brigadiano-cidadão. Nós não estamos falando nada contra a corporação; nós estamos aqui analisando, avaliando uma Moção de Repúdio ao comando da Brigada Militar, que tem orientação, sim, da Governadora do Estado na criminalização de todos os movimentos sociais. É assim com o MST e foi assim nessa manifestação; uma manifestação de estudantes, pacífica, numa caminhada pela Cidade, envolvendo entidades não-governamentais da cidade de Porto Alegre, como o Cesmar, como foi colocado pela Verª Fernanda. Nós queremos, sim, os brigadianos junto conosco, cuidando das ruas da Cidade, cuidando da violência. Já foi citada aqui a questão do bairro Rubem Berta, Ver. Paulinho, que mora lá. A pesquisa que saiu nos jornais de domingo traz números assustadores para nós. A Governadora do Estado do Rio Grande do Sul deveria, sim, ter vergonha dos índices de violência no Estado do Rio Grande do Sul, comparados somente com o Iraque! É disso que nós estamos falando. E essa pesquisa traz o índice de violência no Estado do Rio Grande do Sul, especialmente na cidade de Porto Alegre, transformando o bairro Rubem Berta num dos bairros mais violentos do Estado do Rio Grande do Sul, com índices de assassinato altíssimos: 79 assassinatos por 100 mil habitantes. Esse é o índice dos bairros Rubem Berta, em Porto Alegre e Guajuviras, em Canoas, só comparado com o Iraque, como eu disse anteriormente, que tem uma taxa de 80 assassinatos por 100 mil habitantes. Nós queremos, sim, uma ação contundente da Brigada Militar. E os homens valorosos, valiosos que estão na corporação fazem isso diuturnamente, em condições precárias, sem viaturas adequadas, sem combustível. Nas cidades do Interior do nosso Estado, há um sucateamento da Brigada Militar, por ordem e obra da Governadora do Estado, quando ela investe apenas 18% do Orçamento em Segurança pública no nosso Estado, é dessa forma que o brigadiano é tratado, é dessa forma que o Governo do Estado prioriza a Segurança pública no nosso Estado. E nós, aqui, queremos, sim, dizer que somos parceiros da Brigada Militar, mas não concordamos, não aceitamos a forma como o comando da Brigada Militar, instruído de uma forma ideológica pelo atual Governo do Estado, faz com que haja uma criminalização em cima dos movimentos sociais e da participação popular em qualquer cidade do Estado do Rio Grande do Sul, não apenas aqui na cidade de Porto Alegre. Portanto, a Bancada do PT vota favoravelmente o Requerimento de Moção de Repúdio ao Comando da Brigada Militar. Gostaria inclusive que fossem enviadas cópias desta Moção à Governadora do Estado do Rio Grande do Sul. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Maria Celeste.

A Verª Juliana Brizola está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/09.

 

A SRA. JULIANA BRIZOLA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; aqueles que nos acompanham aqui e pela TVCâmara; venho a esta tribuna para me somar à Verª Fernanda Melchionna, a esta Moção de Repúdio, concordar com a Verª Maria Celeste e dizer que esta crítica, esta Moção de Repúdio com certeza é apenas ao Comando da Brigada Militar. Que isso fique bem claro, já que eu, membro do Partido Democrático Trabalhista, não posso me esquecer do papel valoroso da Brigada Militar, por exemplo, na Campanha da Legalidade! Esta instituição ficou ao lado do povo, defendendo a legalidade, a Constituição brasileira.

Nós vivemos uma democracia hoje em dia. Portanto, não será este ou qualquer outro Governo que vai fazer com que a mobilização da sociedade - estudantes, movimentos sociais - sejam criminalizados por não concordarem, por exemplo, com o aumento da tarifa do transporte público. É por essa causa e outras mais que temos o direito de ir às ruas, sim, e nos manifestarmos sem que haja qualquer medida truculenta por parte da Brigada Militar para com aqueles que protestam. A Brigada Militar, tenho certeza, concorda com esse pensamento, mas ela está subordinada a um comando. E este Governo vem tendo este tipo de atitude, porque não é a primeira vez que isso acontece. Já houve outro caso, na Praça da Alfândega, contra os funcionários do Banrisul.

Portanto, deixo aqui o meu manifesto, somando-me à Vereadora, a esta Moção, porque nós temos que ter certeza de que a democracia tem que ser exercida todos os dias, e, para que ela seja exercida todos os dias, as instituições devem garanti-la. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Juliana Brizola.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 016/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, encaminho a votação da Moção de Repúdio ao Comando da Brigada Militar, proposta pela Verª Fernanda Melchionna, pela ação da Brigada Militar - obviamente - durante o ato contra o aumento da tarifa do transporte coletivo.

Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, fora da lei não há solução. A sociedade brasileira lutou muito tempo para que se estabelecesse o Estado de Direito pleno neste País. E, no Estado de Direito pleno, Ver. Mauro Zacher, existem regras que têm que ser obedecidas. A própria tarifa dos serviços de transporte coletivo urbano é regulada por uma lei, existe uma planilha de custos, ilustre Líder do Governo, que foi votada por esta Casa, uma proposta de um antigo líder do Partido Democrático Trabalhista, hoje no Partido dos Trabalhadores - foi há pouco tempo um homem muito comentado neste País, quando dirigia a ANAC, o nosso ex-colega Ver. Zuanazzi, então do PDT. Ele propôs essa planilha, que foi objeto de ampla discussão e acabou sendo editada. Ela é a regra que é seguida lá no Executivo. Independente de discutir o cumprimento da lei nesse particular, eu pergunto aos senhores: dá para repudiar a ação da Brigada Militar quando ela vai manter a ordem? Dá para repudiar? Dá, Ver. Haroldo? A gente sempre chama a Brigada quando quer que as coisas se tranqüilizem. Quando ela está ausente, há omissão da Brigada. Nós sabemos que há manifestos e manifestos, há ações e outras ações. O Ver. Braz inclusive veio aqui e lembrou um fato. Não sei se as mesmas pessoas, mas, num mesmo movimento, vieram aqui na Câmara de Vereadores esses dias, deitaram e rolaram... Não vão vir mais! Porque nós haveremos de solicitar ao nosso prestimoso Chefe da Segurança, que é um fidalgo, que é um gentleman, que tome providências para evitar isso. E nós vamos criticá-lo, se ele garantir a ordem aqui dentro? Nós vamos fazer repúdio ao Chefe da Segurança? Então, não precisa haver Segurança! E aí fica valendo a lei do mais forte. Quem tiver mais pedras para jogar vai quebrar mais vidro. E, se alguém reagir e jogar mais pedras contra aquele, vai estabelecer o conflito, e o conflito gera a confusão, e a confusão é a desordem total.

Eu, com a maior tranqüilidade possível, voto contra essa Moção de Repúdio. Aliás, não tenho a linha exatamente do Dr. Dib. O Dr. Dib disse que não toma conhecimento. Eu tomo conhecimento e votarei sempre contra Moção de Repúdio, salvo uma situação de absoluta excepcionalidade. A expressão “repúdio” é muito forte, e, na dúvida, fico com aquele que defende a ordem. Porque eu acho que fora da lei não há solução. E, até que alguém me prove que o comando da Brigada Militar autorizou um ato ilegal, eu não tenho o que repudiar. Não tenho o que repudiar! Por isso, antecipo o meu voto, com toda a tranqüilidade, com toda a segurança. Votarei contra a Moção de Repúdio e apelo para a maioria da Casa no sentido de que assim também proceda. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Pujol.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, ouvindo o Ver. Pujol, eu me sinto até forçado a vir à tribuna para me posicionar contrariamente à exposição e à defesa que o Vereador aqui apresenta. Em primeiro lugar, gostaria de repetir que não se trata de um repúdio à Brigada Militar. O que está escrito e proposto pela Verª Melchionna é outra proposta de Moção. E, por outro lado, V. Exª fala no cumprimento de regras na democracia, e é exatamente aí que eu me amparo. Antes das regras na democracia ou num regime democrático, existem premissas, existem princípios universais que norteiam como as regras são e precisam ser apresentadas. Existe alguma regra no contexto brasileiro que não permita a manifestação livre e democrática dos movimentos sociais na Cidade? Não existe! Os movimentos sociais têm ampla possibilidade de se manifestar livremente, e claro que a Brigada Militar pode e deve estar presente. Agora, quanto à ação que a Brigada Militar deve tomar, aí está a nossa contestação.

Então, para ser breve, é isso que gostaria de registrar e dizer: que vamos votar favorável à Moção da Verª Fernanda Melchionna.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Ferronato.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/09.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Repúdio à Brigada Militar ou ao Comando da Brigada Militar ou ao Batalhão da Brigada Militar para mim é uma coisa só; trata-se de uma ação de uma organização que a gente chama quando está com dor de barriga, quando sofre um assalto, quando o nosso carro é assaltado, quando há um acidente, para qualquer coisa a gente chama a Brigada Militar. Agora, eu não vejo ninguém subir à tribuna, aqui, e fazer uma manifestação acalorada pedindo um salário melhor para a Brigada Militar. Eu não vejo! Os soldados da Brigada Militar, Airto Ferronato, deveriam ter uma vila para eles, não deveriam residir nos bairros, misturados à população, e para nada disso nós tomamos providências. Agora, repudiar a Brigada Militar por causa dos arruaceiros estudantes? Esperem aí! Esta Casa foi invadida uma vez, por obra e graça da Deputada Federal Manuela d’Ávila e da ex-Secretária da Educação, Sofia Cavedon. Invadiram o plenário, sentaram em cima das mesas, cuspiram em cima das mesas, quebraram coisas, quebraram os pés das mesas, e nós entregaríamos a eles o quê? Flores? O MST faz o que bem entende, e a Governadora deve comprar um cesto de rosas vermelhas e enviar aos seus integrantes, que, se não forem brecados, podem virar uma nova FARC aqui? Que história é essa? Como é que nós vamos repudiar a nossa pouca Segurança que ainda temos? Repúdio? É muito forte. Essa história do PSOL eu já vi, esse filme eu já vi. O começo, a formação de um Partido eu já vi; lá atrás, outro grupo assim se apresentou à sociedade brasileira: paralisação, manifestações, agressões, como houve aqui no Pontal do Estaleiro - comandado, sim, pelo PSOL, porque há que se dizer claramente as coisas que a gente vê aqui. Então, eu não posso, de maneira nenhuma, de jeito nenhum, admitir que se venha aqui e se peça um repúdio à Brigada Militar. Não, nem em uma ação isolada. Não me venham com a historinha: “Nós estamos querendo um repúdio para um pedaço da Brigada”. Não, a Brigada é uma só. Da mesma forma que o nosso Chefe de Segurança, Dr. João... nós teríamos que dar flores aos seus agressores? Esperem aí! A oficialização da baderna, não! Por favor, não é assim que vamos fazer esta Casa Legislativa funcionar! Eu não só vim aqui me manifestar como pedir aos demais Vereadores para que nós não cometamos esse erro tão grave que é repudiar uma ação daqueles dos quais nós precisamos dia e noite para toda e qualquer coisa que aconteça na cidade de Porto Alegre. Ah, se não existisse a Brigada Militar...! Como faríamos para brecar os maus estudantes?! Porque, como em todos os segmentos sociais, existem os bons e os maus. E há o estudante que vai para rua, sim, só para fazer anarquia e não praticar a democracia. Como esse grupo famigerado do MST, que é apoiado pelo Governo da República, e bem-feito que agora, no Fórum Social Mundial, em que se decidem todas as mazelas da pobreza, que foi realizado em Belém do Pará, pois o MST promoveu um encontro reunindo Evo Morales, Hugo Chávez, Lugo, do Paraguai, e não convidaram o Lula! Bem-feito para o Lula! Bem-feito para os Partidos que acham que vão resolver os problemas do País na base de violência, de passeatas, de manifestações hostis. Não, não é por aí. A paz, em primeiro lugar, e o respeito à Brigada Militar. O respeito é bom, e a gente gosta dele em todos os setores e em todos os momentos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Haroldo de Souza.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/09.

 

O SR. PEDRO RUAS: Ver. Adeli Sell, que preside a Sessão, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é importante situarmos, porque somos legisladores, somos parlamentares, o que estamos votando neste momento.

Esta é, sim, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, uma Moção de Repúdio a uma ação séria de violência gratuita, desnecessária e que, por sua própria ocorrência, pelo fato, e pelas suas circunstâncias, atinge a história da própria Brigada Militar.

Por isso tenho, aqui, a posição de divergência com os Vereadores que colocam o tema do aumento tarifário. Nós não temos uma Moção de Repúdio ao aumento tarifário. Nós temos uma ação política contra o aumento tarifário. São circunstâncias diferentes.

Com relação à Brigada Militar, essa violência é absolutamente injustificável e injustificada no episódio que a Verª Fernanda Melchionna apresentou, que é para ser repudiada por todos nós. Porque não pensem que um ato isolado que vai passando, assim, como se fosse normal, não vai nos levar a graves conseqüências.

Quero lembrar a todos a união do povo brasileiro, inteiro, há cerca de dois anos, quando um brasileiro, de forma absurda, injusta, cruel, ilegal, foi morto pela polícia londrina, num equívoco realizado por aquela instituição.

Então, estava certa a polícia londrina, quando atirou oito vezes na cabeça do brasileiro? Cento e sessenta milhões de brasileiros reagiram contra; 160 milhões de brasileiros! O mundo reagiu àquela barbaridade!

Desde quando, Vereadores, a polícia não erra?! Desde quando a farda é sinônimo de absoluto conhecimento e isenção? Não é assim que funciona.

E já tive ocasiões de homenagear a Brigada Militar e lutar pela melhoria salarial dos seus integrantes, inclusive há o exemplo do Tenente Ary Tarrago, morto em 1932, aos 24 anos, com uma bala de canhão na barriga. Muitos defensores da Brigada não sabem disso, ou do Exército, ou da Polícia civil. Mas não é a Corporação, em sua história como um todo... A Vereadora se manifesta com repúdio em relação a um episódio que é grave, sim, e quem quer a paz, quem quer o respeito, quem quer dignidade, não pode compactuar com aquilo ali.

E digo mais, quem respeita a própria Brigada Militar, como eu respeito, Verª Juliana Brizola, inclusive pelo episódio da Legalidade, como V. Exª referiu na tribuna, não pode compactuar com um episódio que é isolado, sim, que merece repúdio, sim, até em homenagem aos atos corretos, e a história da própria chamada Briosa, Ver. Todeschini.

Por isso, a Bancada do PSOL encaminha favoravelmente à Moção, da Verª Fernanda Melchionna, na certeza, e aqui concluo, Sr. Presidente, de que a Moção que V. Exª apresenta, por um lado propicia à própria Brigada demonstrar que aquele episódio não é o seu normal em seu cotidiano, e, por outro, a posição correta e adequada do Legislativo porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Pedro Ruas.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu gostaria de perguntar se antes da votação nós poderíamos providenciar a apresentação do vídeo, em que foi filmada a mobilização, porque eu acho que muitos Vereadores falaram desinformados na tribuna sobre a ação da Brigada naquele momento, sob o comando do Major.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu vou explicar os procedimentos: toda vez que eu dirigir este Plenário, podem ficar tranqüilos, que tranqüilidade haverá. Nós vamos disponibilizar sempre que alguém quiser passar imagens, que não atrapalhem o som, aqui, em qualquer momento. Só que nós estamos seguindo regiamente o tempo.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento nº 016/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADO por 07 votos SIM e 17 votos NÃO.

 

O SR. VALTER NEGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que as cópias das manifestações dos Partidos no encaminhamento da votação do Requerimento fossem transladadas e encaminhadas ao Comando da Brigada Militar para ciência.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Os discursos estão disponíveis em plenário, se V. Exª quiser fazer o Requerimento, deve fazer por escrito, que, nesse caso, eu darei o devido encaminhamento. Encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6853/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 020/08, que introduz alterações nos usos permitidos para a Subunidade 3 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 4036 e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6180/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 252/08, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que altera dispositivos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações posteriores, que disciplina o uso de Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e dá outras providências, e revoga o § 3º do art. 38 dessa Lei. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 6298/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 054/08, que cria 02 (duas) Funções Gratificadas junto ao Quadro de Postos de Confiança do Magistério Público Municipal e 01 (uma) Função Gratificada junto ao quadro da Administração Geral da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, as 03 (três) a serem lotadas em Unidade de Ensino da Secretaria Municipal de Educação – SMED, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6886/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 021/08, que autoriza o Município alterar do uso comum do povo para de uso especial área do trecho da Rua Francisco Vanzelotti e a área da Praça, sem denominação, cadastrada sob o nº 59/6, localizada na Rua Francisco Vanzelotti, para integrá-las como área da Escola de Ensino Fundamental Jean Piaget.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Ver. Adeli Sell, Presidente dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta o Projeto do Executivo que introduz alterações nos usos permitidos para a Subunidade 3 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 4036 e dá outras providências. Esse é o Projeto encaminhado pelo Sr. Prefeito Municipal em substituição ao Projeto, cujo Veto foi aceito, do Pontal do Estaleiro. Também introduz uma cláusula de um referendo popular a ser realizado na Cidade para dizer se a população aceita ou não aceita a construção mista na área do Pontal do Estaleiro. Iniciamos, então, a discussão, e é importante que os Vereadores se manifestem, pois é um Projeto de origem do Executivo que vem a esta Casa para ser apreciado e votado. Se aprovado nesta Casa, será ainda submetido ao referendo estabelecido em cláusula especial dessa consulta à população.

Outro Projeto em Pauta cria duas Funções Gratificadas junto ao Quadro de Confiança do Magistério Público Municipal e uma Função Gratificada junto ao Quadro da Administração-Geral da Prefeitura, as três a serem lotadas em Unidades de Ensino da Secretaria Municipal de Educação. Acho que nós temos que examinar, porque, ao que me consta, já foram bem estudados nesta Casa, pois o Projeto é do ano passado e foi agora desarquivado nesta Casa. Nós temos que fortalecer sempre a nossa Educação em Porto Alegre.

E tem mais um Projeto, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que faz alterações e disciplina o uso do mobiliário urbano e veículos publicitários no Município. É um Projeto polêmico, merece muito estudo dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, e temos que aprofundar esse assunto muito importante para a nossa Cidade.

Srs. Vereadores, estes são os Projetos em Pauta, aos quais eu gostaria de me referir nesta discussão.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta, tendo em vista a deliberação deste Plenário, que aprovou na última segunda-feira um Regime de Urgência para a tramitação do Projeto de Lei Complementar que introduz alterações nos usos permitidos para a Subunidade 3 da Unidade de Estruturação Urbana 4036 e dá outras providências, ele passa a ser objeto da discussão neste momento. É importante que os Vereadores percebam que esse Projeto nada mais é do que o Projeto enviado pelo Executivo sobre a questão do Pontal do Estaleiro.

E avaliando o Projeto encaminhado a esta Câmara, nós verificamos, com muita preocupação, que a questão do referendo é apenas uma cortina de fumaça, é um engodo, porque, analisando o Projeto detalhadamente, no art. 2º, verificamos a seguinte redação: “Ficam permitidas edificações cujas atividades sejam classificadas nos itens 1.1 e 1.2 do Anexo 5.2 da Lei Complementar nº 434/99, na Subunidade 3 da Unidade de Estruturação Urbana 4036”. Quando vamos verificar na lei, e esta lei é o Plano Diretor, que é citada, e casualmente estamos num processo de revisão, constituímos uma Comissão para trabalhar este tema, verificando na Lei nº 434, o item I diz exatamente qual é a classificação: residencial, habitação e habitação para zeladoria. Portanto, o Projeto volta para esta Casa com uma questão que já avaliamos no ano passado, que era o uso daquela área. Mais do que isso, ele reforça que passa a ser área residencial. Por que eu digo que há uma cortina de fumaça na questão do referendo? Porque, além da questão da área residencial, ele também traz a retirada do Nível II de classificação, Ver. João Antonio Dib, permitindo não só a construção das residências como também retira a volumetria dos 12 pavimentos. Ou seja, agora pode tudo naquela área. Também ele traz os índices das alturas demasiadas para a orla e para o Solo Criado.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, gosto da combatividade de V. Exª, mas é bom que fique claro que hoje ele poderia, com iniciativa do Governo de V. Exª, fazer um projeto comercial nos moldes em que está dividido, e não estaria obrigado a fazer avenidas e coisas mais que estão sendo projetadas agora.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. João Antonio Dib. Quero dizer que este Projeto vem propondo uma alteração urbanística. Nós vamos incorrer no mesmo erro da Legislatura passada, com pressa, verificando açodadamente um Projeto especial e pontual, quando estamos nesta Casa iniciando a nova Comissão do Plano Diretor. Projetos especiais, especificamente da orla, deveriam estar na discussão do Plano Diretor.

Portanto, eu tenho uma preocupação, pois eu vejo novamente uma pressa, a votação de um Requerimento de Urgência para a tramitação desta matéria. Já estamos na discussão de Pauta e, certamente, virão, na semana que vem, reuniões conjuntas para isso, sendo que a população sequer foi informada do teor deste Projeto.

Esta Casa tem que encaminhar para o público da cidade de Porto Alegre um Edital dando ciência do conteúdo deste Projeto 90 dias antes da sua votação, sob pena de estarmos cometendo o erro - como já foi da outra vez - da não-publicização 90 dias antes, incorrendo em erro referente à Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.

Portanto, fica o alerta e a solicitação para que possamos fazer uma Audiência Pública para debater este tema e, mais do que isso, encaminhar este Projeto para a Comissão do Plano Diretor para sua avaliação. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Vereadora.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Toni Proença, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras e pessoas que nos assistem, nós iniciamos ontem o debate sobre o Substitutivo enviado pelo Executivo Municipal, após ter sido vetado o Projeto de iniciativa do Legislativo, no final do ano passado, Projeto que foi alvo de forte polêmica na Cidade.

E o Substitutivo tem algumas características que é importante serem aqui discutidas e para que a Cidade esteja alerta. De um lado, sana os vícios de iniciativa do Projeto vetado, mas mascara a real intenção que vem embutida dentro do novo Projeto, porque acaba sendo muito mais permissivo, pois retira uma série de obrigações que, ainda que ruim, o Projeto vetado continha. Eu vou me ater a elas. Por exemplo, o Projeto que foi vetado classificava como empreendimento de Nível 2. O empreendimento de Nível 2, de acordo com a atual Lei do Plano Diretor, estabelece uma série de exigências, contrapartidas e obrigações por parte do empreendedor. O Projeto Substitutivo que aí está é omisso, não refaz aquela parte do Projeto que foi vetado, que, portanto, diminui as obrigações do empreendedor para com a Cidade. Isso é um elemento muito importante, que tem de ser do conhecimento público do conjunto da Cidade.

Uma outra questão é que o Plano Diretor atual prevê empreendimentos comerciais de até 12 metros de altura. O Projeto de iniciativa do Legislativo autorizava índice construtivo de 1,5 metro, diferente do Plano Diretor, que prevê um metro. O Projeto que foi vetado estendia, ampliava para 1,5 metro. O novo Projeto não define nada, deixa em aberto. E, portanto, inclusive, autoriza a possibilidade de o empreendimento adquirir índice e elevar ainda mais as alturas. Vejam só, é uma outra omissão que é muito grave!

Portanto, nós temos aí não um Substitutivo, mas um novo Projeto, onde a liberalidade em favor do empreendimento e, agora, de iniciativa do Executivo, é muito maior. Os favorecimentos são explícitos e maiores. Portanto, esta é uma discussão que tem que ser, de novo, do domínio da Cidade, porque o que a Câmara está discutindo é uma outra questão.

O Prefeito, quando vetou o Projeto, inclusive a pedido da Câmara, a pedido da base governista, liderada pelo Presidente Sebastião Melo, prometeu um referendo para essa decisão ser legitimada. Ocorre que, agora, eu já ouvi várias falas na direção de que o referendo é muito caro, complicado e muito difícil, e que isto poderá ser uma consulta popular nos moldes de outras formas ainda não definidas.

Espero que não venha nenhum contrabando de última hora, nenhuma Emenda que minimize as exigências e a ampla possibilidade de participação do povo de Porto Alegre nesta decisão, porque é uma das decisões mais importantes do ponto de vista paisagístico, ambiental, pois se está discutindo a ocupação da área mais nobre da Cidade, paisagística e ambientalmente.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini, quero dizer a V. Exª que deveria ler a entrevista de Vereador do Partido de V. Exª, hoje, nos jornais, dizendo que os que votaram contra não entenderam o Projeto. Ele pode construir tudo o que quiser em altura, mas nós apenas colocamos residencial e comercial, só isso. Comercial, ele pode entrar hoje, se é que já não entrou com o projeto para uso comercial da área.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Pois aí é que está o problema: a extensão para o caráter misto e comercial é que muda substancialmente, o projeto. Mas, com os agregados de conteúdo provenientes do Executivo, piora e muito para a cidade de Porto Alegre, para o melhor meio ambiente e a melhor qualidade de vida. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Carlos Todeschini.

O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, mais uma vez retorna o projeto do Pontal do Estaleiro a esta Casa. É incrível dizer, o Prefeito Fogaça pede o Veto, todos ficam faceiros como se o Prefeito quisesse realmente o Veto. Na verdade, é nada mais, Ver. Carlos Todeschini, que um engodo para a população, para a sociedade. Pois, o que acontece? Ele pede o Veto de um Projeto e já manda um outro Projeto muito pior para esta Casa. Por que é muito pior? Porque, por exemplo, é retirado o Nível II, que traz uma série de coisas que o empreendedor tem que realizar na construção do empreendimento. Com essa retirada, a Prefeitura acaba perdendo, a sociedade perde, porque fica menos oneroso para o empreendedor, e vai acabar havendo maior gasto para a nossa Prefeitura de Porto Alegre.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, estou pensando: vem cá, vocês que defenderam tanto o povo vir discutir, agora não querem o referendo. Por quê? Alguma coisa está acontecendo. Pelo que eu lembro, naquele dia da votação do Projeto, o Ver. Carlos Todeschini se manifestou várias vezes, inclusive V. Exª Agora, vocês não querem que o povo venha dar opinião, Vereador?

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Alceu Brasinha, o que está em jogo é um Projeto muito maior do que o referendo. Nós, do Partido dos Trabalhadores, com certeza queremos o referendo, queremos o debate. E tanto é prova que queremos o debate sobre o Pontal, sobre a orla do Guaíba e sobre todos os projetos especiais que nós não queremos a urgência. Queremos que o Projeto do Pontal passe por todas as comissões, que seja discutido, que tenha audiência pública, que a população possa vir até esta Casa, que possa externar todos seus pensamos, que possamos ter um debate amplo sobre todos os assuntos importantes desta Cidade. E nós queremos o referendo para a população poder discutir, queremos que haja na mídia para que possamos discutir e mostrar tudo aquilo que queremos. Nós queremos o referendo; nós somos contra o Projeto, mas somos favoráveis ao referendo.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, parece-me que ontem toda a sua Bancada votou favorável ao Veto do Prefeito José Fogaça, ou seja, ontem, os senhores disseram que o Prefeito tinha razão. Hoje, os senhores criticam o Prefeito. Não dá para entender. Fica complicado para esta Casa entender, fica complicado para as pessoas que nos acompanham entenderem. Ontem, o Ver. Todeschini disse: “sim, Sr. Prefeito, o senhor tem razão!” Hoje, o Ver. Todeschini chega aqui e diz que o Prefeito não tem razão. Não dá para entender. Daqui a pouco, vou começar a achar que o Ver. Todeschini até votou no Prefeito Fogaça. Porque, em certo momento, ele se posiciona favorável ao Prefeito, no outro dia se manifesta contrário ao Prefeito; não dá para entender! É melhor vocês conversarem, vocês têm uma grande Líder, que é a Verª Maria Celeste, conversem e decidam se são favoráveis ou contrários ao Prefeito.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Nilo, muito obrigado pelo seu aparte. O Partido dos Trabalhadores conversa, e nós temos reuniões permanentes da Bancada. E nós não votamos a favor do Prefeito Fogaça, nós votamos a favor da Cidade, a favor de um Veto a um Projeto que achávamos muito ruim para a sociedade de Porto Alegre. Nós somos a favor de uma orla sem privatização, uma orla para todos. E o Prefeito Fogaça apresentou o Veto ao Projeto e nós concordamos, mas não concordamos com este Projeto que ainda é pior do que o Projeto anterior.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu amigo, Ver. Mauro, quem conhece V. Exª como eu conheço, entende o seu pronunciamento. Sei que não vai de encontro ao que V. Exa pensa. Falo isso porque conheço V. Exª.

O Projeto já foi amplamente discutido. Agora, foram levantadas algumas dúvidas: as eleições dos Conselhos Tutelares não têm validade. Porque, se vai ser uma consulta popular, acho que o caminho aponta para uma consulta popular, na mesma modalidade dos Conselhos Tutelares, então, os Conselhos Tutelares não têm validade, não têm credibilidade! Obrigado, meu querido Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, meu amigo Ervino Besson. Não foi isso que eu falei. Nós queremos referendo, queremos discutir, nós só não entendemos a pressa em votar um Projeto tão importante para a Cidade, em que se discute a orla do Guaíba; nós queremos discutir a orla como um todo.

 

A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, Ver. Mauro, para responder às questões: nós não entendemos a incoerência do Prefeito quando envia para cá o Veto, dizendo, na sua origem, na sua concepção, que é contra a construção de residências nessa área do Estaleiro, e, agora, no seu Projeto, no art. 2º, Ver. Nilo Santos, consta claramente que passa a ser área para habitação e habitação para zeladoria, como eu já relatei da tribuna.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Então, realmente, nós votamos foi no Veto, e acompanhamos, porque parece ser o melhor para esta Cidade. Agora, quanto a esse Projeto e à urgência desse Projeto é que o Partido dos Trabalhadores não pode concordar. Nós queremos a discussão com a sociedade, queremos que haja audiência pública, queremos discutir um Projeto que, segundo o Ver. Alceu Brasinha, é de grande importância. Além de discutir isso, nós estamos discutindo o Plano Diretor nesta Casa, sob a presidência do Ver. João Dib. Por que não incluirmos esse Projeto, junto com a orla do Guaíba, no Plano Diretor de Porto Alegre? Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Mauro Pinheiro. A próxima inscrição para discutir a Pauta é deste Presidente. (Pausa.)

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Ver. Todeschini, eu não sou urbanista, mas tenho certeza de que eu quero o crescimento de Porto Alegre. Eu não sou igual a V. Exª, que quer trancar tudo o que é Projeto aqui; para o senhor tudo é ruim, eu não entendo por quê. O Projeto esteve dois anos e meio lá dentro do Executivo, teve “n” reuniões, teve “n” discussões, teve a Audiência Pública que mais tempo durou nesta Câmara, isso não valeu? E agora, que vocês defendiam tanto, Ver. Todeschini, a Bancada do PT defendia, queria discutir mais, agora não querem? Por quê? Por que essa área, esses 500 metros de orla para vocês é tão importante, Ver. Todeschini? Por que é que vocês não compraram, não fizeram uma permuta quando vocês estiveram por 16 anos no Poder, 5.844 dias no Poder? Se quisessem, teriam toda a oportunidade! Não quiseram, e agora vêm aqui dar esse discurso de que eles é que são certos, eles é que são os donos da verdade, Ver. Haroldo, não dá para entender! Há poucos dias eles defendiam e batiam aqui nesta tribuna que queriam a discussão com o povo, e agora não querem. Por quê? Coisas estranhas, Ver. Pedro Ruas, acontecem nesta Câmara. Por que isso? Será porque vem do Prefeito Fogaça que a oposição não aceita nada? Quando V. Exª..

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ontem votou, hoje é contra. Não dá para entender, Vereador. O senhor, um homem que defendia tanto a população, agora está contra o Projeto, Vereador?

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Brasinha. O que eu não consigo entender é, Ver. Brasinha, que é tão fácil resolver a situação. Se o Projeto tem as partes boas e as partes ruins, por que não se faz um consenso, tira as ruins e coloca as boas em prática.

Ver. Brasinha, eu lembro de uma obra que era discutida há alguns anos, um projeto que se discutia muito, e alguns Partidos diziam que, se saísse esse projeto, faria mal para a saúde da sociedade de Porto Alegre. O projeto saiu, está aqui a Av. Beira-Rio! E, pelo que eu sei, não fez mal para a saúde de ninguém; não morreu ninguém! Está ali aquela coisa linda e maravilhosa.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Em relação a isso, Ver. Ver. DJ Cassiá, penso cá comigo: quem é o dono da verdade? Nenhum de nós, nenhum Vereador é! Acho que devemos ter a sensibilidade de ver o que é bom para Porto Alegre. Se o Prefeito Fogaça manda esse Projeto para cá novamente, que vocês tanto pediram para ser vetado, agora estão contra por quê? Eu não consigo entender o Ver. Todeschini. Eu queria que o senhor tivesse a grandeza, Ver. Todeschini, do seu companheiro Ver. Adeli Sell - esse é um Vereador que é coerente, sabe das coisas, e mais: quando está certo ou errado ele admite. O senhor nunca admite o erro e sempre tem a mania de atacar qualquer companheiro desta Câmara.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, quero me posicionar como Líder, neste momento. Quando o senhor passou, o Ver. Todeschini o chamou de urbanista Brasinha. O senhor pode não ser urbanista, mas é tão Vereador quanto ele ou qualquer outro Vereador, e tem direito de opinar sobre os temas da Cidade. Outra: canudo não faz o homem; o que faz o homem é a sua dignidade, a sua honestidade e o seu caráter. Obrigado, Vereador.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Nilo Santos. Para concluir, Ver. Adeli, quero dizer que realmente eu fico me perguntando: por que essa desigualdade em que o senhor pensa tanto? O senhor é uma pessoa mais correta do que todos nós? Eu acho que não! Todos nós temos a nossa liberdade de falar. E acho que está na hora de o senhor, que tanto defendeu Porto Alegre, pensar um pouquinho, Ver. Todeschini.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu ia chamar sua atenção, me desculpe, Vereador, para que no período de Pauta todo mundo se atenha aos projetos em Pauta.

Encerrado o período de Pauta.

O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos os presentes, comunidade que nos acompanha pela TVCâmara, estou preocupado com o Pontal, mas hoje não vim falar dele.

Hoje, na minha primeira oportunidade de falar da tribuna numa Sessão Ordinária, quero aproveitar para destacar que é uma honra muito grande para mim estar aqui na Câmara de Vereadores, podendo representar a minha comunidade, agindo da forma como este Vereador sempre atuou durante toda sua vida, sua carreira, seja no futebol profissional, nas escolinhas ou nos projetos sociais com os quais contribuí muito. Enfim, estou aqui para agir com respeito ao próximo, com ética, responsabilidade, para lutar em defesa de quem mais precisa e para ajudar a construir uma Porto Alegre cada vez melhor, onde as pessoas possam viver com dignidade e para que as nossas crianças tenham um futuro digno e promissor. Todos devem saber que a minha principal bandeira é a inclusão social. A inclusão social em que acredito pode ser feita através da educação e do esporte, caro colega Ver. DJ. Quando digo que defendo a inclusão social através da Educação, estou afirmando uma das principais bandeiras do meu Partido, o PDT, que teve no seu grande líder, Leonel Brizola, junto com Darcy Ribeiro, a nascente de um projeto que traduz aquilo em que acredito, sendo um instrumento que pode dar aos filhos dos trabalhadores a melhor formação educacional para preparar para o exercício da verdadeira cidadania: a escola de tempo integral. Isso é o que eu defendo, minha cara colega Verª Juliana Brizola. Este é o nosso sonho: que um dia todas as crianças da nossa Terra tenham acesso a uma boa escola, uma escola que proporcione condições necessárias para formar um cidadão com bons valores, com uma visão mais coletiva, com condições de ocupar o seu espaço no mercado de trabalho e também para construir e sustentar honestamente a sua família. E quando falo em escola de tempo integral, também estou falando no esporte, pois é na escola que acontece o primeiro contato da criança com o esporte, como aconteceu comigo. As escolas devem ser dotadas de condições que proporcionem às crianças a prática das mais diversas modalidades esportivas. Com isso, estaremos levando mais saúde às pessoas e estaremos descobrindo os nossos talentos, que deverão ser trabalhados e valorizados, meu caro DJ Cassiá. Esta luta é a principal razão do meu mandato.

Ao contarmos com escolas em tempo integral para atender toda a demanda, o ponto que eu quero destacar para os senhores e para todos os que nos acompanham é a necessidade de se oferecer atividades às crianças e aos jovens no turno inverso ao das aulas - o tempo integral não significa ficar o dia inteiro na sala de aula -, como o acesso ao esporte, à cultura, o reforço escolar e também o ensino profissionalizante, fundamental para o desenvolvimento intelectual e social da nossa criança e do nosso jovem, principalmente para os filhos dos trabalhadores, que não têm como pagar, que não têm como complementar esses estudos, que não têm dinheiro para fazer cursos e aprender outros idiomas, que não têm computador em casa e nem condições de pagar por um curso de qualificação para ingressar no mercado de trabalho amanhã. A maioria das crianças estuda em um turno e fica sem o que fazer no outro turno, tempo esse que deveria ser utilizado para melhorar a sua formação, tempo esse em que poderia praticar esportes, cuidando da sua saúde física e mental, participando também de oficinas de dança, teatro, música, ou seja, com total inclusão social. É isso que todas as nossas crianças deveriam ter à sua disposição, mas sabemos que são poucas as crianças que têm acesso a tudo isso. Ainda existem muitas crianças pedindo esmolas, trabalhando de forma irregular, consumindo drogas, sendo exploradas sexualmente, sem família, sem esperanças, sem a expectativa de uma vida e um futuro melhor. Por tudo isso, meu compromisso como Vereador é de apoiar e defender todos os projetos que possibilitem às nossas crianças acesso à cultura, ao esporte e à educação. Quero dar continuidade a este trabalho que faço há 15 anos com as comunidades carentes da Capital; quero fazer do esporte e da educação o caminho para que os guris e as gurias possam se tornar adultos saudáveis e felizes, cidadãos de bem dentro da nossa Cidade e do nosso País. Estarei aqui propondo sugestões e projetos na área em que atuo. Meu Gabinete está aberto a receber e ouvir todos aqueles que buscam o melhor para Porto Alegre. Muito obrigado. Que Deus nos abençoe. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, felizmente o primeiro assunto que me traz aqui já foi superado por esta Câmara, na votação que tivemos há pouco, mas, de qualquer forma, permitam-me V. Exas. fazer um registro. A Prefeitura de Porto Alegre e o nosso Governo têm contado, ao longo dos últimos quatro anos da Gestão passada e do início desta nova Gestão, com a parceria de uma instituição que tem mais de 160 anos - acredito que quase 170 anos - de história no nosso Estado do Rio Grande do Sul. Essa instituição é a Brigada Militar.

A Brigada Militar, ao longo desse tempo e por toda a sua história, mostra-se uma Instituição com os mais relevantes serviços prestados à sociedade gaúcha. Não é por outra razão que se chama a briosa, a gloriosa corporação. Ela tem auxiliado a nossa Prefeitura Municipal e o Governo do Município em diversos momentos, quando é necessário que nós façamos valer o império da lei. Sempre que se precisa fazer o império da lei, aí está a Brigada Militar nos apoiando e nos auxiliando. Então, nós não podemos misturar, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, questões de natureza díspares, para fazer um silogismo meio que às avessas, e chegar a uma conclusão errada. Quer dizer, partirmos de premissas que podem até ser verdadeiras e querermos induzir às pessoas a conclusões erradas.

A Verª Maria Celeste e alguns Vereadores da oposição falaram dos programas do Governo, falaram nesta falácia que se constitui o déficit zero, falaram no sucateamento da Segurança, todas essas podem ser premissas verdadeiras. Mas dessas premissas sofre a própria Brigada Militar. A própria Brigada Militar se recente dos meios ou da falta deles para fazer o combate à criminalidade.

Mas, se isso é verdadeiro por um lado, por outro lado não é verdadeira a conclusão a que se chegou aqui, tampouco a premissa, a proposição de fazermos uma Moção de Repúdio à Brigada Militar, porque o papel da Brigada Militar, nos seus mais de 150, 160 anos de história, tem sido exatamente o da garantia do império da lei. Ora, aqueles que não aceitam a lei como está é porque têm um pensamento revolucionário, porque acreditam que a lei ou o establishment é fruto de um consenso das elites dominantes e que, portanto, nós precisamos, com uma revolução, superar esse estado de coisas, pois esses jamais vão aceitar a Brigada Militar, jamais vão reconhecer a Brigada Militar e jamais vão reconhecer o Estado Democrático de Direito, porque, no seu DNA, na sua própria natureza, não está presente a democracia, a democracia é uma mera falácia. Nós temos que compreender isso e compreender quando essas proposições são feitas, mas o Direito Constitucional, consagrado na nossa Carta Magna de 1988, que garante às pessoas o ir e vir, este precisa ser respeitado, Ver. João Dib. Foi isso o que a Brigada Militar fez respeitar no dia, porque nós não podemos obstaculizar o Centro de Porto Alegre ou a saída dos trabalhadores, de todos aqueles que vêm ao Centro todos os dias e que querem retornar às suas casas por causa de meia dúzia de pessoas que não conseguem compreender o que é a democracia. Aí, sim, e nessas condições a Brigada agiu. E que bom que ela aja assim, que bom que sempre que haja uma afronta à lei, a Brigada Militar faça valer a lei!

Eu fiquei muito assustado também quando se falou em tarifa de transporte coletivo, Ver. João Dib. Vamos chamar aqui o ex-Vice-Governador, o ex-Secretário dos Transportes do Governo do PT, e vamos ouvir dele o que ele tem a dizer a respeito da intervenção no sistema de transportes de Porto Alegre, e quem pagou isso. Na demagogia quem paga é o povo.

Por falar em demagogia, da questão do Estaleiro, quero dizer o seguinte: quem encaminhou o Projeto do Estaleiro dessa forma foi o Governo do PT, foi o Prefeito Tarso Genro, pelo seu Líder na Câmara de Vereadores, Estilac Xavier. Isso é documento, isso é fato, e a história nós não podemos negar. Está acessível, a quem quer que venha à Câmara de Vereadores, essa informação. Então, por favor, não transformem a verdade, não maquiem a verdade, não subvertam os fatos! Os fatos estão aí, Ver. Todeschini: quem propôs da forma como está foi o seu Prefeito, o Prefeito do seu Partido, hoje Ministro da Justiça, Tarso Genro, que disse que para aquela região de Porto Alegre o que se propunha era um projeto para uso misto. Naquela época, inclusive, quem restringiu o uso misto foi o Ver. João Dib. Isso está nos Anais da Casa; por favor, não neguem a história! Sejam pelo menos coerentes com a própria história! Eu quero dizer o seguinte: nós estamos atendendo àquilo que foi propósito e o que é propósito da nossa caminhada, de ouvirmos da população de Porto Alegre. Queriam que fizéssemos plebiscito, referendo, consulta à população, seja lá o que for. Estamos caminhando dessa forma. Então, por favor, é um convite, é um apelo que faço: acompanhe-nos nessa proposição que foi da própria oposição. Vamos construir a forma de consultar a população, porque, aliás, não é bandeira do PT, pois começou com o Prefeito Bernardo de Souza, em Pelotas, quando ele era do PMDB. Então, vamos consultar, sim, a população, mas vamos fazer isso de forma célere, porque não vamos, de novo, abrir para audiências públicas - isso já houve no ano passado -, e reabrir toda a discussão. Isso já houve no ano passado, e nós não vamos ser reféns da retórica da oposição. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.

Em votação a Ata da Sessão de Instalação da 15ª Legislatura, de 1º de janeiro de 2009. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Saliento que as Atas sempre são enviadas para os Srs. Vereadores, por seus computadores.

O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pela televisão ou que se encontra nas galerias, venho a esta tribuna, em primeiro lugar, para fazer um agradecimento a Deus pelo meu aniversário - estou completando 51 anos de vida -, e fazer aniversário, envelhecer, é uma bênção. Muitos jovens, infelizmente, não chegam à idade madura, eles vão ficando pelo meio do caminho. Então, envelhecer não é uma maldição; envelhecer é uma bênção, e agradeço a Deus por essa honra de estar completando 51 anos, e com tantos amigos como os senhores.

Gostaria de fazer aqui uma reflexão. Não há nada de novo no que vou falar, que é em relação ao Pontal. Senhores, quero aqui reafirmar as reflexões que já fiz da seguinte forma: tenho aqui em minhas mãos - e já foi falado por outros Vereadores - em Regime de Urgência do Ver. Estilac Xavier, um Projeto que entrou por ocasião do Governo Tarso Genro, em 2001. Agora, esta Casa, que derruba o Veto - que era o que a oposição sinalizava, se era o melhor caminho e que deveria vir uma consulta popular, algum tipo de consulta -, pois bem, os demais Vereadores se juntaram a esse conceito e “bateram o martelo”, então, no sentido de aceitar o Veto e consolidar uma consulta popular.

Agora, confesso que não entendo a fala dos Vereadores que eram contra ao que o grupo de situação antes estava tentando ir por um caminho e, depois, quem sabe, por uma reflexão melhor, se juntaram aos outros, e por que agora essa consulta não é mais bem-vinda? O que houve? Num momento servia! Então, sabem o que estou pensando? Estou pensando naquilo que eu já disse várias vezes nesta tribuna, e que me entristece, e não é demagogia! Porto Alegre é uma Cidade linda, bonita, tem potencial para ser bela, mas não é; e eu sou de Porto Alegre! Quem diz que ela bela é porque não vai para outros lugares. Eu falei poucas vezes, e não gosto de dizer, porque alguém pode dizer que o Vereador está na tribuna querendo aparecer, dizendo que já andou por aqui, por lá e por acolá. Eu conheci de fato vários lugares no mundo, quando ainda não era Vereador. Ninguém pode dizer: “conheceu, porque era Vereador!” Não, eu já conhecia, tive o privilégio de conhecer. Eu fico triste quando vejo que tanta gente bate no peito dizendo e achando que Porto Alegre é o melhor lugar do mundo. Eu tenho vergonha de convidar alguém para vir de fora, para recepcionar alguém, a primeira coisa que a gente diz é: “Vou te levar a Gramado, a Canela”, e vai parando por aí no Estado do Rio Grande do Sul. Eu me envergonho! O que há em Porto Alegre? Muitos barzinhos, mas isso tem em outros lugares! Nós não usamos o potencial do nosso rio, da nossa orla, não existe algo de fato que coloque Porto Alegre no circuito internacional, nos corredores internacionais de cidades onde se possa fazer grandes seminários, grandes congressos realmente de atração, como existe em outros lugares; nós não exploramos isso.

O PT e o bloco que se firma nesta Casa, de oposição ao Governo, estiveram 16 anos no Governo; 16 anos para fazer um camelódromo, e não fizeram! Agora, nós estamos vendo o paradoxo, a diferença do que é uma cidade sem as tranqueiras no meio das calçadas, um desrespeito total ao comerciante que paga todos os impostos; e agigantou-se um comércio ilegal na frente de quem paga os seus tributos. Isso se concretizou, firmou-se nos 16 anos daquele Governo, era uma cidade cheia de camelôs pelo meio das calçadas; isso é uma cidade turística? O PT nunca se importou com isso, porque, caso se importasse, nos 16 anos teria feito um camelódromo, um shopping nos moldes do que foi feito. E não fez nos 16 anos, não fizeram; não fizeram, porque não estavam preocupados com a aparência da Cidade...

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Tempo, Vereador.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Já concluo, Sr. Presidente. Da mesma forma com relação à orla do Guaíba, com relação ao Pontal, nunca estão contentes com nada. Parece um vodu; diz aí o pessoal de que ficam “vodusando”, eu não sei se esse termo é popular. E os tranca-rua, gente?

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Tempo, Vereador.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Os tranca-rua não querem sucesso, não querem beleza, não querem um lugar agradável, adequado, em que pessoas... Ficam só torceram para, em 16 anos, ficar uma mixórdia o Centro de Porto Alegre. Aí vem o Governo e faz o camelódromo; não estão felizes, não estão contentes; isso é inveja, isso é pecado!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu quero chamar a atenção das Sras Vereadoras e Srs. Vereadores que o tempo regimental é de cinco minutos.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero fazer uma referência, Ver. João Dib, que eu fico muito feliz, quando vejo um ídolo da nossa sociedade, não apenas do Grêmio, mas eu acredito que de toda sociedade, gremistas e colorados, como é o caso do Tarciso, defendendo uma causa que é extremamente importante para todos nós: a criança está, infelizmente, extremamente abandonada em todo o País.

As legislações que existem hoje, muitas delas, são feitas com extrema demagogia, apenas para que aquele que é o autor da proposição possa realmente se elevar no conceito público, mas, quando vamos ver o que aconteceu, na prática, com aquela legislação, vemos que foi absolutamente nada. Eu faço essa referência, Tarciso, porque eu acredito que ídolos como você servem para que, principalmente crianças e adolescentes possam segui-lo. Quando você dá bons exemplos - e sei da sua luta nesse campo, fazendo com que crianças possam aflorar na sociedade a partir do esporte - eu fico feliz, porque V. Exª cumpre com a sua função. Que bom que V. Exª está aqui nesta Câmara de Vereadores, neste Plenário, com os 36 Vereadores, e que possamos, se Deus quiser, fazer um trabalho melhor que em legislaturas anteriores, sem crítica a nenhuma anterior.

Quando eu falo sobre legislações demagógicas, aquelas que envolvem crianças, eu falo na legislação que precisaria ser revista, com relação ao trabalho infantil. Sempre que eu falo dessa legislação, digo que fui uma criança que começou aos oito anos catando papel na rua, depois, fui trabalhar numa fábrica de lavar garrafas, e, depois, aos 13 anos, acabei numa emissora de rádio, em Ribeirão Preto, começando, assim, o meu trabalho como radialista. Mas acho que tudo isso que aconteceu na minha vida, desde os oito anos, ajudou a formar a minha personalidade, e ajudou a manter a minha família naquela época. Época em que a sobrevivência era muito difícil na minha casa.

Hoje, as crianças estão nas esquinas, deixando em dificuldade todas as pessoas que passam por ali, e constrangendo toda a sociedade, e nenhum de nós pode fazer absolutamente nada com aquela criança. Se algum de nós, Ver. Pedro Ruas, por exemplo, apanhar aquela criança e trouxer, por exemplo, para auxiliar no seu gabinete, para levar um papel de uma assessoria a outra, V. Exª receberá, na verdade, uma indisposição de boa parte da sociedade, que não vai concordar que V. Exª esteja explorando o trabalho de uma criança. Então, tenho de deixar essa criança lá na rua, sendo explorada por traficantes, passando fome, cheirando loló, achacando pessoas nas esquinas, e eu não posso fazer nada, porque existe uma legislação que não permite que possamos fazer alguma coisa, a não ser adotar essa criança e levá-la para casa, mas ela tem uma família, não podemos fazer isso; e às vezes também a estrutura familiar não permite que as coisas aconteçam assim.

Então, eu acredito que esta Legislação que tem sido utilizada de forma muito demagógica, a que trata da proibição do trabalho infantil, ela deveria ser revista. A Rede Globo de televisão e outras emissoras podem pegar uma criança, até de colo, e levar para fazer uma novela ou um programa, e nada acontece; mas ninguém mais pode, na verdade, fazer com que aquela criança possa sair do meio da rua e receber uma oportunidade para começar a sua vida, assim como muitos de nós começamos cedinho, quando não tínhamos ninguém para nos estender as mãos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Braz.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há poucos minutos eu recebi um telefonema, perguntando se esse era o meu nono ou décimo mandato como Vereador, eu respondi que era o décimo. E no meu primeiro mandato de Vereador eu recebi um presente de um cônsul, um livro, cujo título é “Nervos do Governo”, e eu fiquei muito contente com o presente. Abri o livro, depois que saí da presença do cônsul, fechei o livro, e nunca mais o li, e sei tudo o que estava escrito no livro, porque, quando eu abri o livro, eu li uma frase de duas linhas: “O homem público tem que ter sensibilidade e capacidade de resposta”. O livro não podia dizer mais do que isso, eu não encontraria outra definição, não encontraria outra solução, e tratei de ter sensibilidade e capacidade de resposta. Assim como um dia eu quis ler um livro sobre a imprensa, abri, e tinha uma frase de Randolfh Hearst que dizia assim: “A imprensa é a pesquisa da verdade.” Bom, então não tem que ler mais nada, porque está tudo escrito aí. São coisas que conseguem sintetizar idéias numa simples frase.

E por que eu estou falando em sensibilidade e capacidade de resposta? Quando eu fui Secretário, eu tratei de ser um político com formação técnica e com sensibilidade, um técnico com sensibilidade, e aqui na Câmara eu tento ser um político com a formação técnica que eu tenho.

Eu ouvi, na semana passada, a reclamação sobre o reajuste das tarifas; quando nós reajustamos os salários dos servidores, nós reajustamos; quando nós reajustamos as tarifas, nós aumentamos. Porto Alegre tem a cesta básica mais alta de todo o País. Todas as coisas deste País têm sido aumentadas. Eu disse que os Vereadores, antes de falarem mal da iniciativa do Prefeito, deveriam tomar conhecimento do Processo que vem a esta Casa, e Vereadores disseram que não receberam nos seus gabinetes. É claro que o Prefeito não manda para os gabinetes, ele manda para o Vereador-Presidente, que, imediatamente, manda para a Comissão de Finanças, e não sei por que “cargas d’água”, quando eu cheguei ao meu gabinete hoje, estava lá: “ao Ver. Dib”, mas dirigido ao Ver. Sebastião Melo, um estudo de tarifas reajustadas no dia 04, e que, no dia 03 de fevereiro, foi encaminhado à Câmara, e foi lido no expediente da Câmara aqui, no dia 09, segunda-feira. Mas, de qualquer forma, eu já havia dito isso e não estou tentando fazer nenhuma autopromoção, que estudei as tarifas em primeiro lugar nesta Cidade. Antes de mim, ninguém nunca havia estudado tarifa; custou-me até o cargo que eu ocupava, porque eu dei uma entrevista, e o Prefeito em exercício, Tristão Viana, ficou bravo e achou que eu não deveria tê-la dado; nós discutimos, e ele me demitiu do cargo de Assistente Técnico que eu exercia.

Eu tenho aqui nas mãos um Requerimento que também está à disposição de todos os Vereadores, está lá na Comissão de Finanças; todas as vezes o Prefeito citou as razões que levaram os empresários a pedir o reajuste, e olha que eu nunca vi um Requerimento tão bem feito. Sou obrigado a dizer, porque eu, como Secretário de Transportes por duas vezes, recebi Requerimentos - como Prefeito também recebi Requerimentos -, mas este está bem feito, este realmente está bem feito. Está tão bem feito que eles inclusive dizem que, nesse ano de 2008, houve uma recuperação no IPK - Índice de Passageiros por Quilômetro -, eles não negaram nada. A convenção trabalhista que se faz todos os anos, e esta Casa sabe disso, fixou um aumento de 7% para os servidores. O vale-refeição passou para R$ 11,50 ao dia.

Eu encerro apenas dizendo que o plano de saúde passou para 410 reais por mês, e os demais itens que compõem a tarifa, como recapagem de pneus, 33%; chassi e carroceria, quase 12%; óleo diesel, 22%; lubrificantes, 31%. Todos os Vereadores deveriam ler isso aqui para depois saírem brigando pelo reajuste ou não da tarifa. Agora, o transporte só funciona com tarifa justa; sem tarifa justa, não existe transporte, ele de repente se deteriora. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ouvi o discurso do Ver. Tarciso e quero dar-lhe os parabéns, porque eu, como torcedor de futebol, encontrava o Tarciso nos hotéis, e depois, quantas viagens fizemos juntos pelo Rio Grande, fazendo festa com o consulado do Grêmio! Teu trabalho é espetacular. Parabéns, Tarciso, gostei muito do teu discurso, é muito importante para mim, como torcedor gremista - e nós dois participamos de tantas glórias, de tantos momentos. Quero dizer para ti que fiquei emocionado. Parabéns, Tarciso!

Mas, Ver. Adeli Sell, quero dar meus parabéns também ao Prefeito da Cidade por ter tomado a atitude de fechar o Carrefour, porque esses megaempreendimentos como o Carrefour fazem mal à Cidade. Ver. Pancinha, isso é um problema sério, faz mal à Cidade, porque o que eles oferecem em compensação é muito pouco, porque eles quebram, literalmente, tudo; quebram o pequeno empresário, o dono de uma pequena farmácia, uma pequena padaria, enfim, vão quebrando tudo. Dentro de três anos, onde há um empreendimento do Carrefour, podem ter certeza absoluta de que aqueles pequenos empresários estarão todos quebrados, e aí? Quem irá ampará-los? O pequeno empresariado é construído pela família. Ali tem o seu filho, a sua filha, a sua esposa, ficam todos desempregados. E aí chega esse empreendimento, o Carrefour - e Porto Alegre já está cheia de Carrefour, é um problema sério dentro de Porto Alegre - vai lá para a Sertório, dá esse problema. Eu quero dar parabéns ao Prefeito por ele ter tomado essa atitude. Eu acho que o Carrefour deveria ser mais penalizado ainda, porque o que eles oferecem é muito pouco. Eu sou contra o Carrefour; sou contra, porque sei das dificuldades por que passa um pequeno empresário. Ver. Mauro Pinheiro, que é do ramo, V. Exª sabe o quanto é difícil manter uma empresa. A gente apaga dois incêndios por dia e ficam dois para o outro dia. E aí vem um empreendimento desses, que não está pensando em ninguém, oferece meia dúzia de empregos e acha que está fazendo muito por Porto Alegre. Não está! Eles fazem muito pouco, eles oferecem muito poucos empregos, Ver. Mauro Pinheiro. O salário deles é deste tamanho! E mais: não são capazes de dar nem um atendimento de qualidade; eles não têm empacotador, o próprio cliente tem que empacotar as compras. Acho isso um absurdo!

Nós, Vereadores, que queremos preservar o pequeno empresário, aquele que tem a sua oficina, não podemos deixar mais esses caras se instalarem aqui em Porto Alegre! É um problema sério! É um absurdo! Se eles oferecessem milhares de empregos..., mas não oferecem. E nós, que defendemos o pequeno empresário, Ver. Mauro Pinheiro, sabemos que os pequenos comerciantes dão mais empregos do que eles, porque empregam a família, os parentes, a mãe, a sogra, enfim, todo mundo trabalha numa empresa familiar. Mas eles não estão pensando nisso, eles estão pensando em concorrer, botar o preço lá embaixo e deixar o bairro literalmente quebrado.

Então, na condição de Vereador, eu venho aqui dizer, Ver. Adeli Sell: o Carrefour e o Big representam um sério problema, e isso faz mal para a cidade de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero retomar o tema da Brigada Militar e da Segurança Pública no Rio Grande do Sul, porque entendo que houve uma tentativa de desvio daquilo que nós falamos e que foi colocado pela Verª Fernanda Melchionna no seu Requerimento, que são exatamente as condições da Brigada Militar por imposição do seu Comando, na forma e na relação com que trata os movimentos sociais - especialmente da cidade de Porto Alegre -, do Rio Grande do Sul. Falamos, na nossa intervenção por ocasião do Requerimento, da falta de condições que a corporação, que os brigadianos têm, de trabalho no nosso Estado. Existem hoje péssimas condições de trabalho, não há viaturas para a corporação, não há, muitas vezes, combustível para essas viaturas; não foi pago, atrasou, e agora é que está saindo o pagamento das diárias dos brigadianos que foram deslocados para o trabalho no litoral neste veraneio; é desta forma que a Brigada Militar é tratada pelo Governo do Estado, pela Governadora Yeda, então, alto lá, em querer aqui dizer que estamos contra a corporação! O que votamos, o que queremos aqui discutir não é contra a Brigada Militar, mas contra o indicativo, a forma como a Governadora trata essa questão do combate e enfrentamento da violência no Estado do Rio Grande do Sul.

Aqui também quero lembrar, trazer à memória que esta Casa, que valoriza a corporação, que valoriza os brigadianos da cidade de Porto Alegre, votou contra um projeto de minha autoria, de minha iniciativa, que permitia que os brigadianos da cidade de Porto Alegre usassem o transporte coletivo sem a farda; ele não trazia nenhuma isenção, e ali tivemos a oportunidade de manifestar tudo o que foi colocado nesta tarde em favor da Brigada Militar. Na prática, esta Câmara foi omissa no reconhecimento dos valorosos brigadianos da cidade de Porto Alegre, que, muitas vezes perderam colegas, companheiros dentro de ônibus da Cidade - e lembro aqui de três episódios, o último deles na Zona Sul de Porto Alegre -, perderam a vida simplesmente porque estavam fardados. Então, alto lá, nesta questão de quem defende quem dentro desta Casa!

A segunda questão que diz respeito também a este tema da segurança, que me preocupa, e me preocupa muito, é que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que tem uma Secretaria que trata dos Direitos Humanos e da Segurança Urbana, tem os seus investimentos reduzidos na área da prevenção, mas do que isso, dos sete Projetos e ações do Orçamento para 2008, dentre eles, o Projeto da Guarda Municipal, do Treinamento, da Vizinhança Segura, da Escola de Direitos Humanos para capacitar esses servidores, não tiveram absolutamente nada, nada, de execução orçamentária! Execução, zero, durante os quatro anos, e reiteradamente agora, no Orçamento de 2008.

Então, a omissão da Prefeitura, a omissão do Prefeito que se cala, que não cobra da Governadora o aumento do efetivo da Brigada Militar na cidade de Porto Alegre, para nós, é preocupante, sim.

Então, senhoras e senhores, vamos aqui repor de fato a prioridade no Município de Porto Alegre na questão da Segurança Pública. E nós continuamos a assistir a redução do efetivo da Guarda Municipal - Verª Fernanda -, de 632 funcionários, guardas municipais de Porto Alegre em 2004, hoje temos 578.

Para concluir, Sr. Presidente, eu entendo o seu rigor, eu quero aqui dizer e responder rapidamente, na próxima intervenção talvez eu consiga responder, que o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma das leis mais avançadas do mundo, e ele diz que o adolescente pode trabalhar, tem a idade para isso e tem na sua legislação a possibilidade do trabalho na condição de aprendiz, completamente diferente do que nós ouvimos aqui. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Vereadora.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, são registros que fazemos num período rico em debates e do ponto de vista ideológico bem demarcatório. É interessante que nós presenciamos algumas falas, e eu falo aqui sem qualquer tipo de ironia, mas relatando os fatos como eles são: todos os trabalhadores - inclusive, é claro, os da Segurança Pública, Ver. DJ Cássia -, são objetos da nossa defesa, são sujeitos de direito que nós temos defendido.

Eu não me lembro, Verª Fernanda, de outras figuras, além dos Vereadores conhecidos como de esquerda, como nós, que estavam com os policiais civis em frente ao Palácio da Governadora com dezenas, talvez centenas - parece que eram trezentas pessoas que estavam lá -, defendendo, Ver. Tarciso, nós estávamos lá no caminhão colocado pelos trabalhadores da Polícia Civil, os policiais civis, estávamos junto a eles, defendendo as condições dignas de trabalho que eles exigiam. E não levaram! Não levaram, e ainda foram punidos! Caiu até um Chefe de Polícia por causa disso.

Quando os brigadianos se organizarem para reivindicar salários, condições de trabalho, munições, colete à prova de bala, quem vocês acham - hein, meu companheiro Marnie? - que eles vão chamar para estar do lado deles? Vão chamar os Vereadores de esquerda? Os que bagunçam? Os que são contra a ordem? Ou vão chamar os da ordem? Eu acho que eles vão nos chamar. Eu tenho certeza de que nós estaremos lá ao lado deles, seja contra quem for. Então, esse discurso que nós ouvimos, e eu digo com respeito, porque há aqui, nitidamente, um divisor de águas ideológico, e as pessoas têm direito de tê-lo; de qualquer posição. Eu defendo o direito da divergência, sempre defendi, não obrigo ninguém a ter a minha posição, mas não me obrigo a ter a de ninguém. E faço questão de repor esses dados, porque eles são muito recentes, Verª Maria Celeste, são quase uma seqüência do discurso de V. Exª

E quando a Verª Fernanda trouxe para esta Casa a oportunidade de nós condenarmos a violência, nós abrimos mão disso. Isso costuma marcar a história de um Parlamento.

Teremos outras oportunidades, não tenho dúvida. Mas lembrem que esse discurso de que as condições de trabalho dos brigadianos, dos policiais civis, dos policiais federais são esquecidos por nós, não é verdadeira; não é verdadeira! Se esse discurso for repetido nesta tribuna, eu marcarei cada fato, cada momento em que os Vereadores de esquerda estavam reivindicando melhorias e dignidade para os trabalhadores da Segurança, e os demais [Vereadores] não. Quero só fazer o registro: quando o Ver. Brasinha fez uma manifestação com relação a essas grandes multinacionais na área de supermercadista, quero dizer a S. Exª, que não está aqui neste momento, que ele tem o nosso apoio - é importante registrar também as convergências com Vereadores com quem normalmente divergimos. A situação do Carrefour é muito séria, como de resto o são as questões que impedem o pequeno comércio, a sobrevivência digna de todos os brasileiros.

Ao final, não posso deixar de fazer também o registro de que nós temos, amanhã, um dia muito importante. Nós temos, Verª Fernanda Melchionna, Vereadores e Vereadoras, uma manifestação importante do CPERS-Sindicato em relação do Governo do Estado e em relação às suas condições de trabalho. E nós, se o horário do plenário permitir, estaremos junto àqueles trabalhadores.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que ao longo dos anos, Verª Juliana Brizola, eu aprendi a admirar e respeitar o seu avô, Leonel Brizola, e tenho por ele muito mais do que admiração e respeito, tenho por ele, na verdade, um rumo, um sinuelo das boas ações e da boa política. Nesse sentido, falo com muita honra de ter em V. Exª uma representação dessa história e privar tanto quanto da dele como da sua amizade. Um abraço a todos e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Pedro Ruas.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Verª Fernanda Melchionna, Ver. Pedro Ruas, Verª Maria Celeste, nós não podemos aqui também ficar calados ante à manifestação da Liderança do Governo, porque isso também depõe contra a própria história do Prefeito Fogaça. Eu acho que a manifestação do Líder, Ver. Valter, deixa mal o Prefeito, porque, quando militávamos no movimento estudantil, Verª Fernanda, quando enfrentávamos duramente a ditadura, a polícia de choque, Ver. Juliana, lá estava conosco também o Prefeito Fogaça, que era, na época, Deputado Federal. Lembramos dos anos 79, 80, 81, 82, 83, 84, dos enfrentamentos que tivemos, todos nós, democratas, no enfrentamento, da violência, do regime militar, do regime autoritário, que baniu, exilou, torturou e que matou neste País. Isso é a história dos democratas, que não veio de graça; ela custou muita luta e muito sangue. E não condiz com a manifestação do Líder do Governo, com o discurso e a tentativa de ilação de que o PSOL, o PT, a esquerda fazem arremedo de democracia, porque esta democracia foi conquistada neste País graças à muita luta das organizações, dos sindicatos, dos trabalhadores, de todos os democratas, dos que voltaram do exílio, dos estudantes e dos Partidos da democracia, hoje todos representados na base do Governo Lula, liderados pelo PT, pelo nosso Presidente. Mas lá estão o PMDB, o PDT, e outros Partidos. E não aceitamos de forma alguma esse tipo de manifestação que fez aqui, na segunda-feira, o Líder do Governo, dizendo que o PT tinha inspiração ou vinculação a regimes autoritários, e hoje quis fazer essa ilação também ao PSOL, o que repudiamos, porque isso contraria a história inclusive do Prefeito Fogaça, que esteve conosco na luta contra a ditadura militar, portanto em defesa da democracia, em defesa das liberdades.

Quero retomar aqui também o assunto do Pontal do Estaleiro, porque dividi assim com a nossa Líder, Ver. Maria Celeste, e vou ler aqui a manifestação por escrito, a justificativa do Ver. João Antonio Dib a uma emenda apresentada no dia 23 de novembro de 2001, que diz o seguinte: (Lê) “O Executivo, em manifestação da Supervisão de Planejamento Urbano da Secretaria de Planejamento Municipal, confirma a intenção de vedar a ocupação da área para habitação, comércio atacadista e indústrias, Assim, a Emenda explicita claramente esta condição, que qualifica a ocupação da área privativa para atividades de interesse cultural, turístico e paisagístico, especialmente vinculadas ao Guaíba”. Então, aqui, o Ver. João Dib, que redige a Justificativa para a sua Emenda, diz, a menos que ele negue a assinatura - na época era Prefeito o companheiro Tarso Genro -, no dia 23 de novembro de 2001, o envio e as características do Projeto para cá enviado, que define, claramente, a situação da ocupação, com alturas de 12 metros, com índice de ocupação de 0,5 e outras características que dão possibilidade da ocupação da área, mas com um uso bastante restrito. Então, estão aqui os termos daquilo que foi aprovado, daquilo que veio para cá, daquilo que foi emendado, discutido e decidido por esta Câmara.

Também contesto aqui as palavras do Líder do Governo, porque, se o Projeto Pontal do Estaleiro foi vetado, deveria ter a coerência do Prefeito, o envio do Projeto com, no mínimo, a correção e o interesse da Cidade naqueles itens e naqueles pontos que são relevantes. Não cabem outras justificativas aqui, que venham forçar a situação e querer imputar à oposição versões que não temos e com as quais não compactuamos. Nós queremos, sim, que seja cumprida a palavra do Sr. Prefeito, que prometeu à Cidade que faria e que fará um referendo e não qualquer arremedo que está se tentando montar aqui. Dá para sentir que vão querer emendar alguma forma para ludibriar a Cidade. Portanto, Srs. Vereadores, estejam muito alerta, porque isso ensejará uma grande luta, de novo, pela nossa Bancada e por outros Vereadores de outros Partidos aqui presentes. A questão da consulta pública é uma exigência de lei, é um novo Projeto que vem aqui que não tem nada a ver com o Projeto que foi vetado pelo Prefeito. Portanto, ela sairá, sim, mesmo que o Líder do Governo não tenha vontade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Não há mais Lideranças inscritas para se manifestar.

Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

    

(Encerra-se a Sessão às 17h34min.)

 

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